Artigo de Carlos Fernandes (PPS/SP) |
A nota oficial do PPS, reproduzida acima, resume bem as razões do nosso apoio neste segundo turno ao presidenciável Aécio Neves. Mas nunca é demais lembrar como chegamos até aqui.
O PPS fez em 2014 duas apostas estratégicas, pensando sempre no melhor para o Brasil: 1) inicialmente, ao ajudarmos a viabilizar a candidatura de Eduardo Campos para a Presidência, além de optar por aquele que considerávamos um candidato preparado e qualificado, possibilitamos a abertura de uma importante dissidência no governo federal; e 2) na sequência, tanto com Eduardo Campos quanto com Marina Silva, ajudamos também a levar a eleição para o segundo turno, quando todas as previsões davam como certa, até então, a reeleição da presidente Dilma no primeiro turno.
Até decidir pela coligação com Eduardo Campos, fizemos outros movimentos importantes no xadrez político nacional: oferecemos legenda tanto para Marina Silva, quando ela teve a sua Rede Sustentabilidade negada pela Justiça após manobra petista no Congresso, quanto para José Serra, que cogitava deixar o PSDB para disputar pela terceira vez a eleição presidencial.
Assim como ensaiamos uma fusão com o PMN, que daria origem a uma nova sigla, a MD - Mobilização Democrática, para abrir uma "janela" de transferência partidária para políticos oposicionistas, em resposta àquela manobra petista que ajudou a criar dois novos partidos, o PSD e o PROS, para cooptar parlamentares da oposição para a base governista.
Porém, com a surpreendente filiação de Marina Silva ao PSB e a probabilidade do seu lançamento como vice de Eduardo Campos, estava criado o fato novo que, somado à candidatura mais tradicional da oposição (Aécio Neves, pelo PSDB), poderia dar um fim aos 12 anos de (des)governo petista.
Além disso, vale também lembrar que apoiar Eduardo Campos e Marina Silva como alternativas à histórica polarização PT x PSDB não foi novidade. Ou seja, das sete eleições diretas disputadas desde 1989, em quatro o PPS lançou candidatura para concorrer contra petistas e tucanos.
Ainda como PCB, Roberto Freire disputou em 1989. Em 1994, o PPS apoiou Lula. Em 1998 e 2002, lançou Ciro Gomes. Naquele ano, no segundo turno apoiou Lula outra vez, com quem rompeu em 2004, ao diagnosticar que o governo começava a atentar contra os princípios democráticos e republicanos. Em 2006, o PPS apoiou Alckmin e em 2010, Serra. Em 2014, Eduardo e Marina.
Assim chegamos a este segundo turno e ao apoio incondicional a Aécio Neves para tirar o PT da Presidência da República. Precisamos dar um passo adiante, mantendo conquistas importantes das últimas décadas, mas com o aprimoramento da gestão, a modernização do Estado, amplas reformas estruturais e novos avanços econômicos e sociais. É essa a aposta que o PPS faz para o futuro.
O Brasil está saturada do atraso, do fisiologismo e dos métodos antidemocráticos e antirrepublicanos que se apoderaram do Brasil há doze anos. Por isso é fundamental dar sequência aos princípios e ao programa de governo que defendíamos com Eduardo e Marina, e posteriormente com Marina e Beto Albuquerque, agora encampados pela candidatura de Aécio.
Mudamos de veículo para transportar os nossos sonhos e ideais, mas seguimos na mesma estrada, rumo a um Brasil melhor, mais justo e sustentável. Neste segundo turno, votaremos 45!
Carlos Fernandes, ex-subprefeito da Lapa (2010/2011), é presidente municipal do PPS/SP e representante do partido na coligação de Marina e Beto.
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