quinta-feira, 2 de outubro de 2014

"Há que endurecer, mas sem perder a ternura"

Artigo de Carlos Fernandes (PPS/SP)
Se a frase emblemática de Che Guevara for útil ainda nos dias de hoje, em que tentamos resgatar os velhos sonhos de uma época mais romântica e idealista para a nova política que desejamos instituir, talvez seja exatamente para dar os parâmetros da postura que Marina Silva deve adotar nessa reta final de campanha.

Aliás, com a mesma coragem e altivez desde o início, em que era a vice de Eduardo Campos, e depois que assumiu o seu legado. Marina é a mesma mulher de fibra, não muda diante dos interesses do momento.

Pois então não venham cobrar que ela se nivele às baixarias dos adversários ou que responda às mentiras e agressões covardes e levianas na base do "olho por olho, dente por dente".

O papel a ser desempenhado por Marina é outro: na iminência de chegar ao 2º turno como a alternativa mais viável e consistente para derrotar Dilma e o PT, cabe à presidenciável dar ao eleitorado a segurança de um futuro governo de união do país, democrático, ético, plural, republicano.

A candidata Marina é a antítese desse (des)governo petista. Corre no leito histórico que já coube a Tancredo Neves, na redemocradização dos anos 80, e a Itamar Franco, na estabilização do país após o impeachment de Fernando Collor.

É esse o espírito do futuro governo de Marina. A união em torno de propostas e ações que recuperem a esperança do povo brasileiro em dias melhores, com crescimento econômico, justiça social e a busca incessante da igualdade no respeito à diversidade.

Ataques sórdidos e vale tudo eleitoral são as armas do PT. Responder com firmeza e indignação, sim, Marina faz e fará. Mas se pautar pelas ordens e truques dos marqueteiros para tentar enganar o eleitor, jamais!

Se estamos lutando justamente para derrotar quem usa esses métodos deploráveis, não esperem de Marina que ande de braços dados a um João Santana qualquer para lhe mostrar os atalhos fáceis do poder.

Seguiremos pelo caminho mais árduo, mais longo e com o maior número de obstáculos, mas não desviaremos um só milímetro do destino que nos propusemos a chegar, com passos firmes, mãos limpas, cabeça erguida e consciência tranquila.

Sabemos que Marina é a melhor candidata e a opção mais sensata para o Brasil. Confiamos na inteligência, na sensibilidade e na maturidade do povo brasileiro para votar neste domingo e demonstrar a sua força e a sua vontade. 

Carlos Fernandes, ex-subprefeito da Lapa (2010/2011), é presidente municipal do PPS/SP e representante do partido na coligação de Marina e Beto.