De volta às manchetes por suspeita de corrupção, a Câmara Municipal de São Paulo parece seguir como uma casa alheia aos acontecimentos da cidade e aos interesses da sociedade.
Se não bastasse o feriado prolongado (além do dia do funcionário público, na terça, 28 de outubro, também não houve expediente na véspera, 27), ao invés de retornarem ao trabalho na quarta, 29, como era de se esperar (inclusive passado o período eleitoral, que já havia diminuído o ritmo da casa), os vereadores decidiram simplesmente cancelar as sessões da semana e só vão retornar ao plenário no dia 4 de novembro.
Com toda a imprensa e a opinião pública cobrando presença, produtividade e explicações sobre as denúncias que pairam sobre a Câmara e já envolvem o nome de pelo menos dois parlamentares, eles resolveram adiar o retorno ao plenário por 11 dias. O motivo prosaico foi a morte, no domingo (!), do pai do vereador Gilberto Natalini (PV), que aliás nada tem a ver com as denúncias.
É praxe não ter sessão quando morrem parentes próximos dos vereadores. Mas, nesse caso, já não havia expediente na segunda e na terça, então parece exagerado suspender uma sessão três dias após o óbito. Como só há plenário de terça a quinta - e nesta quinta, 30 de outubro, ele estaria ocupado com o "Parlamento Jovem" - os vereadores resolveram "enforcarar" a semana e abriram um vácuo de 11 dias desde a última sessão, em 23 de outubro.
É uma afronta! Isso porque, além dessas denúncias, há assuntos importantes pendentes, como a questão salarial e planos de carreiras do funcionalismo, sem contar outras polêmicas como o caso levado à Corregedoria do vereador que chamou um colega de "vagabundo" e disse que a CPI da Sabesp é "teatro", ou ainda a contestada troca da empresa responsável pela TV Câmara, por R$ 19,7 milhões e supostamente sem licitação, além da falta de transparência sobre os contratos.
Veja uma amostra do que a imprensa vem publicando sobre a Câmara:
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