segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Soninha participa do Congresso de Mulheres


A vereadora Soninha Francine, pré-candidata à Prefeitura de São Paulo, participou neste final de semana do Congresso Nacional de Mulheres do PPS e se manifestou sobre o caso aterrorizador da menina do Pará que ficou presa na cadeia com mais de 20 homens.

Em palestra no sábado, Soninha falou também sobre os preconceitos enfrentados pela mulher na política e no trabalho (ela que é comentarista e articulista de futebol), gravidez na adolescência (Soninha foi mãe aos 17 anos, quando ainda estava no colégio) e as dificuldades do marido que assumiu as atividades domésticas e os cuidados da filha enquanto ela saía para trabalhar.

Para a parlamentar, a representação das mulheres nas câmaras e assembléias é irreal, por isso ela defende que a militância deve lutar para mudar o atual quadro político. "Queremos uma representação que tenha a fisionomia da nossa sociedade", afirmou.

Soninha entende que ampliar a participação política das mulheres no Estado, na sociedade e nos partidos é fundamental para a consolidação da democracia no país. Ela criticou a sub-representação feminina no Parlamento. "Precisamos sair no conformismo e partir para a prática", enfatizou.

Ao falar de sua experiência pessoal, Soninha contou que enfrentou várias dificuldades ao entrar para a política, mas, para driblar o preconceito, adotou a mesma estratégia de jornalista esportiva em sua atuação na Câmara de Vereadores de São Paulo. "Não baixo a guarda, não aceito provocação e procuro sempre manter o debate em alto nível", disse.

A vereadora fez o relato de sua experiência como comentarista de futebol no canal ESPN Brasil. Logo no início, ela disse que foi discriminada pelos espectadores. Por várias vezes, recebeu "conselhos" ofensivos à sua condição de mulher e por estar em um meio execessivamente dominado pelos homens. "De vez em quando, recebia e-mails do tipo: `Vai lavar roupa` ou ´lugar de mulher é na cozinha'", contou, bem-humorada.

Soninha afirmou que, aos poucos, a coisa foi mudando, à medida em que ela se afirmava na profissão, mas quando opina, em sua coluna, que um determinado time vai descer para uma divisão inferior, o preconceito volta à tona: "Só podia ser mulher", dizem.

Outro preconceito comum, apesar da intenção ser exatamente o contrário, ou elogiá-la: "Apesar de ser mulher, esta entende de futebol!".

No final da palestra, Soninha citou Daiane dos Santos como um exemplo na quebra de preconceito no país. Para ela, mesmo sem ser militante, a ginasta chamou atenção não por seu estoicismo ou por ser negra, mas por ser "excepcional" no que faz. Assim, abriu espaço numa área do esporte dominada por atletas brancos.

"Por causa de Daiane, hoje, os jovens negros já podem ser ginastas. Essa militância silenciosa de Daiene é a que modifica o mundo", concluiu a vereadora do PPS.