Primeiro foi uma pesquisa do Ibope que indicava que Gilberto Kassab (DEM), ex-vice que "herdou" a Prefeitura de São Paulo com a eleição do então prefeito José Serra (PSDB) para o Governo do Estado, venceria fácil a ex-prefeita Marta Suplicy (PT) na projeção do segundo turno em 2008.
Três dias depois, viu-se que não era bem isso. O Datafolha divulgou também a sua pesquisa, que recolocava Kassab em terceiro lugar, com 13%, bem abaixo do favorito Geraldo Alckmin (PSDB) e de Marta Suplicy, com 26% e 25%, respectivamente.
Além disso, na simulação de segundo turno pelo Datafolha, só Alckmin bateria Marta. Kassab seria derrotado por ambos.
O que pouca gente falou: a pesquisa do Ibope foi encomendada pela Associação Comercial de São Paulo, da qual Kassab é um dos vices; antes de indagar sobre candidatos, perguntou-se nominalmente sobre as virtudes do prefeito, o que teria "contaminado" o resultado e inflado artificialmente os números pró-Kassab.
Hoje, outro banho de água fria nas pretensões de Kassab ser o candidato único da base governista. Nova pesquisa Datafolha aponta que a reprovação à sua administração em São Paulo cresceu oito pontos percentuais entre o início de agosto e o final de novembro.
O levantamento feito entre os dias 26 e 29 de novembro com 1.089 moradores da capital paulista mostra que 31% consideram ruim ou péssima a gestão de Kassab. Em 9 de agosto, quando foi feita a pesquisa anterior, eram 23%.
A crise só não será maior porque a aprovação se manteve estável, passando de 31% para 33%, uma variação dentro da margem de erro da pesquisa, de três pontos percentuais para mais ou para menos.