O deputado estadual Davi Zaia e o federal Arnaldo Jardim promovem hoje, segunda-feira (3/12), às 14h, um seminário sobre "a qualidade do diesel combustível e seus efeitos no meio ambiente urbano" com especialistas no tema e representantes de organizações sociais e ambientais.
O diesel combustível utilizado no Brasil vem sendo questionado pelos deputados do PPS, que pretendem esclarecer e mobilizar a sociedade para pressionar a Petrobrás, responsável pela comercialização de 90% do diesel no país, a cumprir norma do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente) que estabelece a redução do teor de enxofre existente no diesel combustível para 50 partes por milhão (ppm) até 2009.
A vereadora Soninha Francine, pré-candidata do PPS à Prefeitura de São Paulo, já confirmou sua presença no evento.
O deputado Davi Zaia afirma que nos países da Europa a concentração de enxofre no diesel é de 10 a 50 ppm e que em 2009 a Comunidade Européia pretende estabelecer o patamar de 10 ppm, para os países do continente.
Em contraposição aos níveis observados em economias mais desenvolvidas, no Brasil a concentração de enxofre no diesel é de 500 ppm, em cidades como Belo Horizonte, Rio, São Paulo e outros 234 municípios, e de 2.000 ppm nas mais de 5.500 cidades restantes.
“Os níveis são absurdamente maiores quando comparados com países mais avançados”, diz Zaia.
O presidente estadual do PPS/SP afirma ainda que estudos elaborados pelo Laboratório de Poluição Atmosférica Experimental da Faculdade de Medicina da USP avaliam que a poluição na região metropolitana de São Paulo causa a morte precoce de 2 mil pessoas por ano. Ele apresentou recentemente um projeto de lei, que está em tramitação na Assembléia Legislativa, para reduzir para 20 ppm a concentração de enxofre no combustível.
Os deputados questionam a resistência da Petrobras para adotar parâmetros que já existem em outros países. Apesar de haver pesquisas do biodiesel em andamento, a mistura com o diesel em 5% irá demorar alguns anos para acontecer. Por isso, os parlamentares do PPS entendem que é preciso tomar medidas urgentes para preservar a saúde da população.
“A questão não está restrita às grandes cidades. É preciso lembrar que a frota de veículos cresce a ritmo acelerado e que nosso país não possui a rede de transporte de massa de outros países que utilizam trens e metrôs, que são menos poluentes”, compara Zaia.