Pesquisa Datafolha divulgada neste domingo aponta que o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) tem 26% das intenções de voto em São Paulo, enquanto a ministra do Turismo Marta Suplicy (PT) alcança 25%, o que configura um empate técnico (dentro da margem de erro da pesquisa).
O atual prefeito Gilberto Kassab (DEM) passou de 10% para 13% desde a última pesquisa realizada pelo instituto, em agosto.
A pesquisa foi realizada entre 26 e 29 de novembro, com 1.089 moradores da capital paulista a partir de 16 anos. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos, o que justifica o empate técnico dos líderes.
O Datafolha também incluiu a vereadora Soninha Francine (PPS) no levantamento. Ela deixou o PT em setembro e anunciou a intenção de disputar a prefeitura pelo PPS. Quando testada no cenário com Alckmin, Marta e Kassab, Soninha obtém 2%, e Marta oscila de 25% para 24%.
O PT teme que ela, caso candidata, trafegue na mesma faixa de eleitorado da ex-prefeita. Sem Alckmin e Marta na disputa, Soninha atinge 4% (com Chinaglia estacionado em 1%).
As ausências do tucano e da ministra também possibilitam que Paulinho (PDT) consiga seu melhor desempenho, 7%. O mesmo acontece com Aldo Rebelo (PC do B), com 3%.
O percentual dos que dizem espontaneamente (antes da apresentação dos nomes) que gostariam de votar em Kassab oscilou de 8% para 10%; em Marta foi de 8% para 7%; e em Alckmin, de 5% para 4%.
Desde agosto, aumentou nove pontos a taxa dos que não sabem citar em quem gostariam de votar para prefeito (50% para 59%).
Veja abaixo (clique na figura para ampliar) os seis cenários apresentados pelo Datafolha:
Os resultados devem acirrar ainda mais os ânimos nos bastidores da aliança PSDB-DEM, que está à frente da prefeitura paulistana e do governo do Estado, já que Alckmin perdeu pontos até no cenário sem o prefeito Kassab. Ele caiu de 37% para 29% e repete o empate técnico com Marta, que foi de 23% para 27% das intenções de voto.
Quando Alckmin é retirado da disputa, Marta lidera isolada com 28% (um ponto a mais do que em agosto), seguida por Kassab, que se manteve estável na casa dos 20%.
Até agora, nenhum dos três primeiros colocados anunciou oficialmente a intenção de concorrer no ano que vem.
Do lado petista, o levantamento promete aumentar a pressão interna para que a ministra e ex-prefeita de São Paulo aceite concorrer novamente. Arlindo Chinaglia (PT), presidente da Câmara, alcança apenas 1% quando substitui Marta.
Ele foi o único petista testado na hipótese de Marta não aceitar a possibilidade de disputar.
Em agosto, na pesquisa anterior do Datafolha sobre a sucessão na capital, a ministra enfrentava críticas por conta de sua declaração relativa à crise aérea. "Relaxa e goza", sugeriu ela aos passageiros.
No mesmo período, Alckmin, candidato a presidente derrotado em 2006, estava em exposição por ter retornado de um período de estudos nos EUA, e Kassab, no cargo há pouco mais de um ano, havia iniciado uma campanha de publicidade.
Renda e escolaridade
A queda do tucano se deu principalmente em segmentos de maior renda e com escolaridade superior, justamente os mesmos nos quais ele tem as mais altas taxas de intenção de voto no levantamento.
Entre os que têm renda superior a dez salários mínimos, Alckmin perdeu 12 pontos após agosto, caindo de 50% para 38%. Marta, nesse estrato, saltou de 9% para 19%.
Alckmin também viu sua condição piorar no outro extremo da segmentação por renda. Ele foi de 27% para 17% das intenções de voto entre os que recebem até dois salários mínimos, metade do que obtém a petista Marta.
O tucano, no entanto, continua líder entre os mais escolarizados, embora tenha perdido oito pontos nesse segmento -de 43% para 35%. Os demais candidatos apenas oscilaram nesse quesito.
O crescimento de Kassab, vice de José Serra (PSDB) até março de 2006, não foi suficiente para que ele assumisse sozinho a ponta no cenário sem Alckmin e sem Marta. O democrata, com 22%, está empatado na liderança com Luiza Erundina (PSB), 21%, e com Paulo Maluf (PP), 18%.