quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

PAC de Lula ganha repercussão internacional

Infelizmente para o presidente, o PAC noticiado nos jornais do mundo inteiro é o "Plano de Absolvição do Calheiros", em sua edição revista e ampliada. Ou quem sabe um "Programa de Aceleração da Corrupção"?

Ao contrário da maré de sorte atribuída ao presidente Lula, que vai da "descoberta" de petróleo ao anúncio festivo da TV digital como se fosse a oitava maravilha, o corintiano Lula não parece assim tão bem com o seu anjo da guarda.

Com a tragédia no estádio da Fonte Nova em plena temporada de comemoração pela "conquista" da Copa de 2014 para o Brasil, com um atraso de 20 dias para se pronunciar sobre o abominável caso da menina de 15 anos presa com 20 homens na cadeia do Pará (governado pelo PT), com a fratura exposta do seu grupo partidário na disputa interna pelo comando da legenda, só faltava mesmo absolver Renan Calheiros, mais uma vez.

Agora não falta mais nada! Deu até no The New York Times, o mais influente jornal dos Estados Unidos e do mundo: "O presidente do Senado brasileiro Renan Calheiros foi absolvido em um caso que foi o mais obsceno dos escândalos políticos deste ano no Brasil."

A reportagem do correspondente Alexei Barrionuevo lembra que Renan Calheiros é um forte aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi seu líder no Congresso Nacional, estava sendo acusado por uma série de envolvimentos com corrupção, mas que conseguia se sustentar no poder mesmo assim, com apoio do presidente e da base governista.

O NYT diz que mesmo diante dos escândalos, Renan Calheiros "sobreviveu" à votação de seus companheiros no Senado, que, por 48 a 29 votos, declararam-no inocente das acusações de corrupção e não cassaram seu mandato.

"As acusações contra o sr. Calheiros partiram da revista Veja, em maio. A revista acusa o então presidente do Senado de usar dinheiro de um lobista para pagar pensão a uma filha que teve de uma relação extraconjugal com Mônica Velloso, uma jornalista que alavancou o escândalo depois de aparecer na edição de outubro da Playboy brasileira", diz o jornal.

A reportagem lembra ainda o histórico de outras votações que absolveram o senador, os 45 dias que ele ficou licenciado do cargo e as palavras que usou na carta de renúncia à presidência do Senado, em discurso nesta terça-feira, quando disse ser vítima de "infâmia e inverdades". Falta mais o quê, PT?