sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

A Vitória de Pirro da oposição lulista

Vitória de Pirro é uma expressão utilizada para expressar uma vitória obtida a alto preço, potencialmente acarretadora de prejuízos irreparáveis.

Esta expressão tem origem em Pirro, general grego que, tendo vencido a Batalha de Ásculo contra os Romanos com um número considerável de baixas, ao receber os parabéns pela dificílima vitória, teria dito, preocupado: "Mais uma vitória como esta, e estou perdido."

Pirro tivera, além da Batalha de Ásculo, mais uma vitória parecida contra os Romanos, a Batalha de Heracleia. Embora os Romanos tivessem tido um número superior de baixas, era-lhes mais fácil recrutar mais homens e reorganizar o seu exército, algo impossível para o exército de Pirro, cujas baixas lhe dizimavam o exército irreparavelmente.

Feita a explicação "enciclopédica" acima, concluímos que a oposição ao governo Lula (o PPS indiretamente incluído, pois apesar de não ter representantes no Senado defendeu com unhas e dentes a derrubada da CPMF) teve uma Vitória de Pirro.

Primeiro, porque já ficou estabelecido que a CPMF, embora como qualquer outro imposto incômodo para o bolso da população, tinha duas vantagens básicas: 1) era "insonegável"; e 2) tinha uma alíquota muito baixa. Duas meias-verdades, mas, enfim...

O problema é que o governo vai colocar na conta da oposição a derrubada da tal Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira, e vai sobrar para partidos como o DEM, o PSDB e o PPS o ônus pelo aumento de outros impostos, como CSLL (Contribuição Social sobre Lucro Líquido), IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) e PIS/Cofins.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que "não quer que mexa" no superávit primário, nos investimentos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e nos gastos na área social como compensação à perda de R$ 40 bilhões na arrecadação da CPMF.

Para viabilizar a equação, o governo deve cortar despesas (entre elas as emendas parlamentares) e aumentar os impostos. Foi definido que medidas que implicariam redução de impostos, como a nova política industrial e a desoneração da folha de pagamento, ficarão engavetadas.

Assim caminha o presidente Lula, espertamente, para o ano eleitoral de 2008. Já com um salvo-conduto para tudo que der errado: "A culpa é da oposição, que tirou R$ 40 bi das contas do Governo".

E quem vai explicar que focinho de porco não é tomada?