quarta-feira, 9 de julho de 2008

Soninha pretende acabar com "toma-lá-dá-cá"

DEH OLIVEIRA
Folha Online


A candidata do PPS à Prefeitura de São Paulo, vereadora Soninha Francine, afirma que, se for eleita, pretende administrar a cidade sem a chamada política do "toma-lá-dá-cá".

Segundo ela, o loteamento de cargos públicos para conseguir apoio político - que se tornou prática cada vez mais "escancarada" em todas as esferas de poder - é um dos principais problemas que afetam a eficiência da administração pública.

"A política não pode estragar a administração pública. Mas isso que a gente chama de política, na verdade é politicagem, não pode interferir na administração pública", afirmou a candidata.

"Você tem de estar tão disposto a mudar isso quanto a mudar a violência, o congestionamento, a poluição", disse, durante entrevista na manhã desta quarta-feira à rádio Band News.

Além da relação da base aliada com o Poder Executivo, Soninha criticou também a intransigência da oposição na discussão de projetos na Câmara Municipal apenas para marcar um posicionamento político, sem levar em conta a necessidade da proposta para a cidade.

Segundo a candidata, esse tipo de postura a levou a se indispor na Câmara com a bancada do PT, partido pelo qual se elegeu vereadora em 2004. Na entrevista, ela afirmou que mesmo quando a análise dos petistas era favorável a alguns projetos, a bancada votava contra ou tentava retardar a votação por "estratégia política", devido à disputa com o Poder Executivo. No ano passado, a vereadora deixou o PT e se filiou ao PPS.

Em quinto lugar na preferência do eleitorado, com 1% das intenções de voto, segundo a última pesquisa Datafolha, em vez do enfrentamento, a candidata adota a tática de evitar críticas aos candidatos ou administrações passadas.

"Parece que cada candidato tem de detonar tudo que já foi feito antes para se apresentar como o detentor de todas as grandes idéias e boas soluções, e simplesmente não é verdade". afirmou Soninha.

A vereadora disse acreditar que o melhor é aproveitar o conhecimento acumulado e as boas experiências que já foram feitas.

Trânsito

Durante a entrevista à rádio, a candidata também respondeu a questões referentes ao trânsito na capital, um dos temas mais presentes na atual campanha. Na avaliação de Soninha, o problema envolve uma série de medidas combinadas com melhoria do sistema de transporte público.

Para a vereadora, a descentralização de serviços e ampliação de atividade econômica em áreas afastadas do centro ajudariam a minimizar o problema. "Isso se faz concedendo benefícios localizados, descontos em ISS, IPTU, para quem for desenvolver determinada atividade em determinada região da cidade, identificando, claro, as características, a vocação da região", afirmou.

Questionada se apóia medidas restritivas, como o pedágio urbano, a candidata respondeu que é favorável, mas que é preciso dar condições para integrar melhor o automóvel ao transporte coletivo. "Todas as estações de Metrô ou de trem fora do centro deveriam ter garagens subterrâneas ou edifícios-garagem", explicou.

Segundo Soninha, não basta retirar os automóveis de uma região de trânsito intenso, como o centro, sob risco de provocar congestionamento em outras áreas. "Você tem de preparar a cidade para que os carros possam ficar fora", disse.

Para a candidata, antes de viabilizar qualquer empreendimento, empresarial ou residencial, a prefeitura precisa avaliar o impacto e a capacidade da região de absorver o tráfego na área.