Há seis meses, o ministro da Defesa Nelson Jobim chegava como um avião ao governo Lula. Em meio à comoção pela tragédia com o Airbus da TAM, Jobim batia no peito, falava grosso e parecia impor respeito em uma área completamente caótica.
Pois apenas meio ano depois, Jobim parece ter cedido à pressão das companhias aéreas e, entre outras coisas, autorizou a retomada dos vôos com escalas e conexões no local da tragédia, o Aeroporto de Congonhas.
"Congonhas não é e não voltará a ser, em hipótese alguma, ponto de distribuição", disse o ministro em 18 de agosto. Pois está aí a contradição em pessoa. O mesmo Jobim anunciou o fim da proibição de conexões e escalas em Congonhas a partir de 16 de março. Ou seja, o aeroporto paulista voltará a ser um centro de distribuição de vôos ("hub").
Outra contradição? Anunciado com alarde no início de dezembro, o sistema de punição às companhias aéreas que atrasarem ou cancelarem vôos não entrará em vigor antes do carnaval. A medida não foi sequer citada entre as novas regras do setor divulgadas pelo ministro.
Por último, a frase de Jobim ao assumir: “Aja ou saia. Faça ou vá embora”. Não se sabe até quando ele ocupará a cadeira de ministro.