Faltam 256 dias para as eleições municipais e o assunto vai ganhando importância no cotidiano dos cidadãos comuns. Aqui e ali já se discute se os tucanos vão lançar ou não a candidatura do ex-governador Geraldo Alckmin, se há espaço e viabilidade eleitoral para a reeleição de Gilberto Kassab, se o PT vai apostar suas fichas outra vez em Marta Suplicy.
É neste contexto que o PPS apresenta a pré-candidatura da vereadora Soninha Francine à Prefeitura de São Paulo, única forma de fugir da polarização entre PT e PSDB. O resto é mais do mesmo.
Na verdade, os tucanos (e agora Kassab) herdaram uma posição que já foi de Paulo Maluf - que é o antipetismo (antes do próprio Maluf se tornar um aliado preferencial do PT e guru dos métodos e práticas do neopetismo pragmático).
Em linhas gerais, o voto paulistano é conservador (com raras exceções como a eleição de Luiza Erundina em 1988 e a de Marta Suplicy em 2000), daí a explicação para o sucesso de figuras como Adhemar de Barros, Jânio Quadros e Maluf. E geralmente o eleitorado opta por um voto oposicionista (Maluf fazer de Celso Pitta seu sucessor serviu apenas para confirmar a regra).
Pois nestas eleições teremos uma situação bem peculiar: quem é situação? quem é oposição? O eleitor que elegeu o tucano José Serra em 2004 votará no continuísmo se optar pelo DEM e na ruptura se votar no PSDB? Uau!
Quem cansou de Marta Suplicy pelo loteamento das subprefeituras e pela relação de promiscuidade com a Câmara Municipal vai fechar os olhos para o fato de Kassab agir quase do mesmo modo (que, diga-se, traz o carimbo malufista de governar)?
A máquina municipal é tucana, chefiada por um demo-pefelista, com usos e costumes do malufismo e do pior do petismo. Alguém aí indica um bom terapeuta?