"A partir de 2004 o PT nunca mais conseguiu fechar o caixa", afirma o secretário de finanças do partido do presidente Lula, Paulo Ferreira.
E se o PT fosse uma empresa? Iria sobreviver no "vermelho" há quatro anos?
Como revelam os balanços que serão entregues ao TSE, o PT amarga um déficit de R$ 38 milhões (o PSDB em torno de 1/3 desse montante, R$ 12 milhões). Isso para ficar nos valores oficiais, reconhecidos. Estão fora do cálculo os recursos do valerioduto, por exemplo, e o assumido Caixa 2.
Mesmo assim, o PT espera saldar a dívida. Como? O gênio das finanças petistas explica: "Mutos empresários se comprometeram a pagar a dívida da campanha", afirma Paulo Ferreira. "Assumiram a dívida."
Ou admitimos todos a hipocrisia que há por trás desses números e dessas declarações, ou estamos diante do maior exemplo de altruísmo da história universal.
O racicínio é simples. A troco do quê os empresários assumiriam a dívida do PT? Quais os favores que eles esperam do partido do poder? Quais os benefícios que receberão por gesto tão nobre?
Quando se fala em financiamento público das campanhas eleitorais, a primeira reação é sempre negativa. Claro, com tantos escândalos envolvendo os partidos e os políticos, como justificar o uso de dinheiro do povo para custear a eleição de um parlamentar ou executivo no Brasil?
Por outro lado, quem é que acaba pagando as contas desse financiamento privado que sustenta os partidos? Quanto vai custar esse "favorzinho" dos empresários que vão saldar esse "carnê do PT" em suaves prestações? Quais as consequências de toda essa benemerência?
Bom, talvez uma próximo entrevista do deputado cassado José Dirceu à Revista Piauí traga mais alguns indícios. Por enquanto, ninguém ouve, ninguém fala, ninguém vê.