quarta-feira, 14 de maio de 2008

Quem disse que não tem espaço para Soninha?

O cenário eleitoral paulistano fica cada vez mais interessante para uma candidatura alternativa a tudo que está aí. Quanto mais consolidados estiverem os peso-pesados Gilberto Kassab, Marta Suplicy e Geraldo Alckmin, mais espaço restará para uma proposta diferente de fazer política, com novas idéias e um olhar direto para os cidadãos.

O prefeito Gilberto Kassab provou que é imbatível no jogo de bastidores. Afinal, não por acaso ele chegou a vice de José Serra (inicialmente contra a vontade do próprio tucano) e a manda-chuva do PFL (nesta nouva roupagem, rebatizado Democratas). Obteve o apoio do PMDB, do PR, do PV e parte agora para buscar o PP de Paulo Maluf.

O ex-governador Geraldo Alckmin ainda tenta vencer as resistências internas do PSDB, confirmar a sua candidatura e fechar acordo com o PTB de Campos Machado. Há três cenários possíveis para Alckmin: 1) o que ele nega de pés juntos, mas pode ser forçado pelo isolamento, que é desistir da candidatura à Prefeitura e disputar o Governo em 2010; 2) fechar com o PTB e ter um vice do quilate de Arnaldo Faria de Sá, ex-secretário de Pitta e Maluf; ou 3) se o PTB lançar candidatura própria (o que não está completamente descartado), ir buscar o "bloquinho" (PSB/PDT/PCdoB) com ajuda de Ciro Gomes e Márcio França, ambos do PSB, numa ação anti-Serra.

À Marta Suplicy , para fugir do isolamento, resta também buscar o "bloquinho". Para ela, que perdeu o PMDB e o PR, dados como apoiadores certos até então, seria fazer do limão uma limonada. Voltaria a dar um viés esquerdista à sua candidatura, sem o entulho fisiológico do Centrão & cia. Fariam parte do acordo o Ministério da Previdência e o aval petista à candidatura do PSB em Belo Horizonte (em aliança do PT do prefeito Fernando Pimentel com o PSDB do governador Aécio Neves). Além, é claro, da vice ao "bloquinho" (Aldo Rebelo?) e coligação na chapa de vereadores.

Quer dizer, com estes três candidatos largando como favoritos e agregando apoiadores que trazem mais ônus do que bônus, o espaço a ser ocupado pelo PPS e pela candidatura de Soninha Francine , interessados simplesmente em discutir a cidade e melhorar a qualidade de vida dos cidadãos paulistanos, tende a crescer e ganhar maior visibilidade.

Quem disse que não dá para fazer política de um jeito diferente? Quem disse que só tem um jeito? Quem disse que temos que votar sempre nos mesmos candidatos?