sábado, 3 de maio de 2008

A pergunta que não quer calar: político é tudo igual?

Não é à toa que a classe política tenha caído em tamanho descrédito junto à população. Se não bastassem os escândalos diários, esses rearranjos político-partidários levam a uma confusão absoluta. Até quem respira política fica sem entender o que acontece nos bastidores do poder.

Vejamos: aqui em São Paulo, o PMDB de Quércia foi a noiva mais disputada desse período pré-eleitoral. Os pretendentes: o PT de Marta Suplicy, que chamava Quércia de "ladrão de carrinho de pipoca" (ao responder uma acusação de Quércia contra Lula, que até então não tinha "dirigido nem carrinho de pipoca"); o PSDB de Geraldo Alckmin, que surgiu exatamente de uma dissidência antiquercista do velho PMDB; e o DEM de Gilberto Kassab, que comprova a sua competência e eficácia na articulação política.

Agora se fala das idas e vindas do PR (uma junção do antigo PL com o Prona) e do "bloquinho" (união de ocasião de PDT, PSB e PCdoB tendo em vista aumentar o poder de barganha com o governo). Assim como o PMDB, esses partidos negociam com Deus e o diabo. Podem indicar o vice de Marta, Geraldo ou Kassab, como podem ter candidatura própria ou não ter ninguém.

A parceria entre PT e PSDB em Minas, patrocinada pelo governador Aécio Neves (PSDB) e pelo prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel (PT), reforçam esse balaio de gatos (ou raposas?). Não é por acaso que o velho discurso esquerdista do PT tenha sido substituído por esse governo neoliberal de Lula, repetindo a saga tucana. É tudo farinha do mesmo saco.

Que política é essa que fazem esses partidos? Que credibilidade esperam do eleitor? Mudam as moscas mas a administração é sempre a mesma, é isso?