quinta-feira, 15 de maio de 2008

"Nesta terra, em se plantando, tudo dá."

Com o perdão da apropriação indébita da frase de Pero Vaz de Caminha, mas quem conhece a agricultura e o jornalismo sabe que há certas áreas mais favoráveis à plantação. A última, regada com esmero por kassabistas (e petistas, por motivos diversos), dá conta de uma nova tentativa de assédio para convencer o PPS a desistir da candidatura de Soninha Francine à Prefeitura de São Paulo.

Matéria de Cátia Seabra na Folha de S. Paulo de hoje (com reforço no blog de Reinaldo Azevedo, da Revista Veja) afima que o "PPS é o novo alvo de Kassab para ampliar aliança eleitoral".

Diz a Folha: "Consumada a aliança com PMDB, PV e PR, o PPS é hoje o novo objeto de desejo dos democratas. Antes, os aliados do prefeito Gilberto Kassab (DEM) avaliavam que a candidatura da vereadora Sônia Francine, a Soninha, beneficiaria sua campanha à reeleição ao ´roubar´ os eleitores da ministra do Turismo, Marta Suplicy (PT). Mas estão decididos a investir no PPS para ampliar a aliança. Mais importante que ter o PPS no segundo turno, dizem, é chegar lá."

A matéria conclui: "O PPS, no entanto, resiste. A própria Soninha admite que o assédio é grande, ´principalmente do DEM´. Segundo ela, porém, ´a candidatura tem sobrevivido sem um arranhão´."

A mesma reportagem lembra que o DEM também assedia o PP de Paulo Maluf - para se somar à aliança com o PMDB de Orestes Quércia, o PR de Antonio Carlos Rodrigues e o PV que, apesar da grife mundial, em São Paulo é um balaio de gatos (segundo seu presidente José Luiz Penna, ganhou a Subprefeitura da Mooca ao fechar apoio a Kassab, além de ter a sua própria campanha a vereador patrocinada pelo grupo do prefeito).

É esse tipo de plantação e argumento$ verde$ que animam muita gente de lá e de cá, mas que causam repulsa à maioria da população, que generaliza e - não por acaso - classifica a política como a instituição menos confiável do país. E muitos desses políticos continuam produzindo adubo orgânico e correndo para plantar notícias que aparentemente lhe favoreçam. É o modus operandi de quem repete na vida pública o que faz na privada.