Que país bárbaro é este que prende uma menina de 15 anos em uma cela com 20 homens por quase um mês? Que governo é este que permite que a sua polícia cometa esta atrocidade desumana?
Está certo que pouca coisa que acontece nas administrações petistas espalhadas pelo Brasil ainda tem o poder de nos surpreender negativamente. Mas dessa vez o fato superou qualquer expectativa das mais pessimistas.
Em outros tempos, imagine o barulho (e com toda a razão) que o velho e bom PT da oposição faria contra um absurdo dessa proporção! Mas onde estão os petistas quando a Polícia Civil que atenta contra os direitos humanos é comandada justamente por uma governadora do PT, Ana Júlia Carepa?
É possível assimilar que num governo petista liderado por uma mulher, uma delegada seja responsável por entregar uma menina de 15 anos a 20 criminosos encarcerados?
A menina foi detida sob suspeita de furto. De acordo com autoridades policiais do Pará, a jovem ficou presa entre os homens porque não havia uma ala feminina na cadeia. O superintendente da Polícia Civil no município de Abaetetuba, Fernando Cunha, disse que não sabia que a presa era menor de idade.
E por acaso a suposta ignorância da idade justifica a negligência, o abuso, o atentado à lei e ao bom senso que é jogar uma adolescente (ou uma mulher adulta, que fosse) como se atira um pedaço de carne fresca a feras enjauladas?
Se fosse maior de idade, ela deveria ter sido detida em cela separada ou transferida para um presídio feminino. No caso, como é menor, nem poderia ter sido mantida em uma cadeia - menos ainda em uma cela com 20 homens.
Quais os argumentos do Estado para tamanho absurdo? Além de pensarem que se tratava de uma menor de idade, afirmam que ela era prostituta! Ah, claro, a desculpa perfeita para três entre quatro agressores de mulheres. Assim como os jovens de classe média que recentemente agrediram covardemente uma empregada doméstica no Rio de Janeiro. Pensavam tratar-se de uma prostituta. Isso explica (quase) tudo.
O agravante, no caso, é que o argumento vem de uma autoridade policial. Pior: uma mulher, a delegada paraense Flávia Verônica. Num governo petista. Lamentável. Vergonhoso. Deprimente.