Será que é mais difícil ser ético e transparente, como apregoa a "nova política", do que permanecer na velha prática de negociatas e joguinhos de bastidores da politicagem tradicional?
O PPS vem mantendo um diálogo franco com os chamados "marineiros", propondo um pacto para a construção de uma candidatura e um programa conjunto para a cidade de São Paulo, com absoluta transparência.
Para tanto, assume publicamente o compromisso de ouvir o partido, o movimento por uma nova política e a sociedade, sem colocar qualquer obstáculo a esta construção coletiva, nem mesmo com a imposição de quem encabeçaria a chapa à Prefeitura de São Paulo em 2012, ainda que a sua potencial candidata, Soninha Francine, tenha de 6% a 11% no Datafolha.
E qual o resultado imediato desta ação? Uma reação de espanto, talvez pela falta de costume de tanta transparência na prática política e no trato com a opinião pública.
"Mas o PPS procura convergência para São Paulo, não intrigas", afirma o presidente municipal do partido, Carlos Fernandes. "Engana-se quem apostar diferente."
É isso. Apenas para que não restem dúvidas, a matéria reproduzida abaixo teve origem nesta postagem do Blog do PPS/SP. Leia e tire a sua própria conclusão, antes que alguém tente pensar por você.
PPS oferece cabeça de chapa em SP para "marineiros"
Para atrair aliados de Marina Silva, sigla diz que abre mão de ter Soninha como cabeça da chapa na capital paulista
O diretório do PPS em São Paulo sinalizou que pode abrir mão de lançar a ex-vereadora e apresentadora Soninha Francine (PPS) como candidata à prefeitura da capital e oferecer a cabeça da chapa para os aliados da ex-senadora Marina Silva, caso eles se filiem ao partido.
Nesse cenário, a ex-parlamentar, que dirige a Superintendência do Trabalho Artesanal nas Comunidades (Sutaco), ficaria com a vaga de vice na chapa. "Se for a Soninha a candidata, como foi em 2008, será porque provamos que se trata de uma construção coletiva, muito maior que um desejo individual ou partidário. Se o candidato for o [Ricardo] Young será porque o Movimento pela Nova Política demonstrou - como imaginamos ser possível - maior poder de aglutinação e potencial de crescimento, agregando apoios importantes na sociedade, que não teríamos sem essa condição", afirma e-mail divulgado no blog do PPS nesta quarta-feira.
Os "marineiros", como se autodenomina o grupo que acompanhou a ex-senadora, conversam com PPS e PHS para lançar candidato a prefeito de São Paulo em 2012, mas estão sem partido desde que saíram o PV em julho depois de desentendimentos internos. O empresário Ricardo Young teve quatro milhões de votos na eleição para o Senado no ano passado e quer encabeçar a chapa, mesmo desejo de Soninha, que já teve a pré-candidatura lançada oficialmente pelo PPS.
A disputa entre Soninha e Young tem impedido, pelo menos por enquanto, a filiação dos aliados de Marina ao partido, o que tem de ocorrer até 7 de outubro para que eles possam concorrer na eleição. (Raphael Di Cunto / Valor Econômico)