O Esporte Espetacular, da Rede Globo, apresentou na manhã deste domingo uma reportagem emocionante, que levou às lágrimas alguns telespectadores e o próprio personagem da matéria.
Aos 35 anos, o ídolo corinthiano Zé Elias viveu uma situação inimaginável: ficou um mês atrás das grades. Bandido? Mau caráter? Nada disso! O cidadão José Elias Moedim Júnior foi preso por não ter pago na totalidade a quantia da elevada pensão alimentícia devida à ex-mulher e aos dois filhos menores.
O valor da dívida que o levou à cadeia: quase R$ 1 milhão, resultado dos R$ 25 mil mensais que foram estabelecidos pelo juiz havia cinco anos, quando o jogador ainda estava em plena atividade, atuando na época pelo Santos F.C. Depois de ter ficado um mês detido, agora em agosto, a Justiça recalculou a pensão para um valor mais adequado ao atual padrão de vida do ex-atleta.
A situação constrangedora expõe um problema gravíssimo, que merece ser reavaliado pela Justiça e pela sociedade, e já envolveu outros ídolos do futebol, como Romário e Renato Gaúcho.
A prisão de Zé Elias foi abusiva, explicam os advogados especialistas no assunto, pois ele não era um devedor voluntário da pensão. Nem foi um mau pai, que abandonou os filhos e deixou de sustentá-los. Ele simplesmente não tinha dinheiro para pagar o altíssimo valor devido, calculado quando ainda possuía uma melhor condição financeira.
Assuntos como esse que envolvem ações injustas cometidas pelo Estado, como a privação da liberdade por uma interpretação distorcida ou equivocada do Judiciário, e a condição social de ex-atletas e ex-artistas, muitos dos quais vivem na miséria após a rápida trajetória esportiva e artística, despertam o interesse do PPS.
Não por acaso, iniciativas pioneiras como o Retiro dos Artistas, no Rio de Janeiro, por exemplo, são a paixão de um dos ícones do PPS, o ator e deputado federal Stephan Nercessian, que administra há anos a instituição. Poderíamos citar vários outros casos semelhantes.
Zé da Fiel
O volante Zé Elias foi um dos mais jovens jogadores a vestir a camisa do Corinthians. Estreou no time principal em 1993, com apenas 16 anos. Mesmo tendo deixado o clube ainda muito jovem, em 1996, suas principais qualidades como jogador conquistaram definitivamente a torcida.
A característica que o transformou no "Zé da Fiel", na opinião dos corinthianos, foi a "raça" e a incansável disposição para lutar pelo time. Viveu seu melhor momento no Corinthians em 1995, quando aos 18 anos de idade ganhou a Copa do Brasil, o Campeonato Paulista e foi convocado para a Seleção Brasileira.
Depois do Corinthians, Zé Elias jogou no Bayer Leverkusen (Alemanha), Internazionale de Milão, Bologna, Olympiakos (Grécia), Genoa, Santos, Metallurg Donetsk (Ucrânia), Guarani, AC Omonia (Chipre), Londrina e Rheindorf Altach (Áustria).
O PPS já havia convidado Zé Elias para se filiar ao partido. A matéria exibida neste domingo na TV apenas reforça a nossa impressão de que se trata de um homem digno, íntegro, sensível e bom caráter. É uma causa que pretendemos abraçar.
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