A semana começa com o acirramento da disputa eleitoral paulistana. No fim-de-semana, muito se falou do assédio de Gilberto Kassab (DEM) e de Geraldo Alckmin (PSDB) à vereadora Soninha Francine (PPS), o que daria um peso mais à esquerda a quem conseguisse convencê-la a abrir mão de sua pré-candidatura à Prefeitura de São Paulo e aceitar ser vice.
Por outro lado, o PT se anima com o que parece óbvio: a ministra e ex-prefeita Marta Suplicy é o único nome do partido de Lula com alguma condição de disputar pra valer esta eleição. O resto seria mero coadjuvante.
Em três dias, Soninha já movimentou mais a disputa do que nesses últimos três anos de noticiário morno sobre a sucessão, onde a imprensa se esforçava para tirar alguma informação nova da mesmice de pré-candidaturas como as de Kassab, Alckmin e Marta.
Agora as tropas de choque do "mais do mesmo" começam a se assanhar: como essa candidata outsider ousa abalar as estruturas de uma eleição em que as cartas pareciam marcadas desde o início?
No painel do leitor da Folha de domingo, uma provocação que será constante na campanha: "Leio que tanto Kassab como Alckmin querem a vereadora Soninha Francine, do PPS, como vice em suas chapas. Justo ela que continua a defender a descriminalização da maconha e liberalização das drogas? Mal posso esperar para ver como Kassab e Alckmin explicarão isso em seus palanques."
A provocação é do "leitor" Paulo Boccato, de São Carlos (SP), que uma simples busca na Internet revela a parcialidade e o ranço direitista sempre embutidos nas suas cartas à imprensa, a serviço sabe-se lá de quem.
Soninha já respondeu sobre o assunto, na própria Folha:
FOLHA - Você vai centrar sua campanha em temas polêmicos?
SONINHA - A questão das drogas não, porque está fora da alçada do prefeito. Não cabe como plataforma do governo.
Outra coisa meio sem explicação cabível neste domingo foi a divulgação, pelo jornal O Estado de S. Paulo, de uma pesquisa da Toledo & Associados, com dois detalhes inusitados que merecem a nossa reflexão:
1) O "fato novo" da pesquisa, que contraria os números de levantamentos recentes do Datafolha e do Ibope, é o crescimento de Kassab: ele empata tecnicamente no primeiro turno com Marta e Alckmin; e, o mais surpreendente, vence a candidata petista num hipotético segundo turno.
2) O nome de Soninha, pré-candidata do PPS, foi simplesmente excluído da pesquisa. Estranho, para um levantamento que incluiu até a candidatura de Zulaiê Cobra (PHS).
É isso. Começou a campanha, com seus altos e baixos. Só não vale bater abaixo da linha de cintura.