O PT vem fazendo um trabalho extraordinário para consolidar a candidatura da vereadora Soninha Francine à Prefeitura de São Paulo pelo PPS. Ao persegui-la implacavelmente, o seu ex-partido não percebe que está simplesmente comprovando a nossa tese: quem mudou não foi a Soninha, foi o PT.
Soninha é combatida por ser independente, ter opinião e ser intransigente nas questões éticas. Tudo o que o PT já foi um dia, antes de criar mensalões, envolver-se com centrões e ressuscitar corruPTos de todos os tamanhos e espécies. Mas o PT mudou. Adaptou-se à "real política" e abandonou os antigos princípios, métodos, conceitos e valores. Soninha permanece firme. Isso irrita, incomoda e desmascara o PT.
Neste fim-de-semana, o portal IG - Último Segundo publicou mais um capítulo da "campanha de caça à Soninha". Cá entre nós, o PT está dando um tiro no pé. Mas vamos lá!
PT lança nova ofensiva para reaver mandato de Soninha
Eleita pelo PT em 2004, Soninha mudou-se para o PPS depois de março de 2007, prazo em que passa a vigorar a obrigação de devolver o mandato. A vereadora trocou de legenda e, segundo o PT, também de posição na Câmara: era integrante da bancada da oposição e agora integra as fileiras da situação. Soninha nega. "Eu não fui para a situação, só voto com a minha consciência, mesmo quando era do PT eu era contra oposicionismo incondicional."
Embora a retomada esteja definida em lei, a decisão não é automática e precisa ser aprovada (ou não) por decisão da Justiça Eleitoral. A ação do PT destina-se a "agilizar" o julgamento. O prazo definido em instrução do TSE é de 60 dias depois que um partido entrou com o pedido de devolução.
"Entramos com esse pedido há mais de 90 dias e até agora o julgamento nem foi marcado," diz o vereador José Américo Dias, presidente do PT municipal. Lembrando a eleição municipal no segundo semestre, José Américo observa que "se houver uma demora muito maior, a acão não irá surtir efeito. E é isso que precisa ser impedido," completa.
"O PT vota junto com o Maluf"
Soninha diz estar tranqüila de que vencerá na justiça. A vereadora usará o argumento de que não foi ela quem mudou de posição, mas a sigla.
"Há quatro razões previstas em lei que justificam a mudança de partido, e uma delas é a transformação do programa. Qualquer juiz percebe que o PT mudou muito", afirma ela. "O PT, que sempre foi combativo, agora vota junto com o partido do Maluf, se descaracterizou completamente, está perto da direita".
Ela atribui a iniciativa do partido a dois fatores. "Como vou ser candidata à Prefeitura de São Paulo, o PT avalia que vou tirar votos da Marta Suplicy no eleitorado de classe média, o que é mentira, porque eu quero votos de todo o mundo", afirma Soninha.
"O outro problema é que eles querem me tirar da Câmara porque eu voto e trabalho como votaria e trabalharia o PT do passado. Eu incômodo, coisa que o PT não quer fazer mais."
Ela dá um exemplo deste último caso. A Câmara Municipal votou um projeto que aumenta os salários do Tribunal de Contas do Município de São Paulo. No passado, segundo Soninha, o PT era contra o órgão porque ele era ineficiente e defendia, inclusive, sua extinção. Agora, votou a favor de um projeto que, ainda de acordo com a vereadora, amplia o pacote de benefícios da instituição e não traz benefícios para a população.
"Estou cada vez mais aliviada de ter saído do PT, porque eu não ia mudar minhas convicções como o PT mudou as dele."