Se não bastasse o "Q" gerando polêmica na guerra pela liderança da audiência das emissoras de TV (Q de "qualidade" para a Globo e de "queda" na releitura da Record), um outro Q já começa a balançar as principais candidaturas à Prefeitura de São Paulo: o Q de Quércia.
O PT oferece mundos e fundos para obter o apoio do ex-governador e principal cacique do PMDB paulista. Porém, ciente de que os petistas vendem a mercadoria mas não entregam, Quércia tem na manga os planos B e C. Além de negociar a vaga de vice com o grupo de Marta Suplicy e exigir garantias de que será candidato ao Senado em 2010, Quércia prossegue dialogando com Geraldo Alckmin (PSDB) e Gilberto Kassab (DEM).
As candidaturas de Alckmin e de Kassab vão se consolidando, isoladamente. Se o tucano for mesmo candidato, parece selada a aliança preferencial com o PTB de Campos Machado. Ao DEM de Kassab resta, portanto, forçar esta aproximação com o PMDB, tanto para garantir mais tempo de TV como maior densidade eleitoral.
"Essa movimentação provoca um isolamento da candidatura do PT", afirma o presidente municipal do PPS, Carlos Fernandes. Está correto na análise, porque neste cenário só resta à Marta (isso se quiser entrar para perder) recorrer aos aliados do campo conservador, como o PR do presidente da Câmara Municipal, Antonio Carlos Rodrigues, e o PP de Paulo Maluf.
Os partidos do "bloquinho", grupo que ameaça sair da órbita do PT no governo federal, serão decisivos também em São Paulo. Luiza Erundina (PSB) já afirmou que não será outra vez candidata, Aldo Rebelo (PCdoB) não decola e Paulinho da Força Sindical (PDT) está amarrado no Ministério do Trabalho de Lula.
Que bicho isso vai dar, ainda é difícil de saber. Mas certamente o Q de Quiprocó será inevitável.