Pesquisa sobre trânsito realizada pelo Datafolha com 1.089 paulistanos apresenta um resultado que merece reflexão: 56% dos entrevistados se declararam favoráveis a ampliar o rodízio de veículos de um para dois dias da semana. Por outro lado, três quartos dos paulistanos (74%) rejeitam o pedágio urbano.
Aparentemente, são duas medidas impopulares. Mas uma delas já tem o apoio da maioria, devido à situação absolutamente caótica dos congestionamentos que não escolhem mais hora e lugar para acontecer. São crônicos e param a cidade do centro aos bairros, das marginais e avenidas às ruas próximas de escolas, shoppings etc.
Talvez o pedágio urbano, embora impopular, fosse uma solução mais eficaz. Não é por acaso que foi adotado em diversos países para tentar contornar um problema que é mundial. Porém, traz embutida a cultura do "aumentar impostos para resolver problemas", que por aqui não funciona e se tornou um dos símbolos da aversão que se tem da política e dos políticos.
O Datafolha calculou também que os paulistanos perdem em média 109 minutos por dia presos no tráfego. São quase duas horas produtivas que escoam pelo ralo do que a Folha chama hoje, em editorial, de "custo São Paulo".
A solução mais óbvia, que todos apontam: "investimento muito superior aos das últimas décadas em transportes coletivos e de massa". Isso é popular, mas é caro e demorado. E até lá, vivemos (e andamos) como?