quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Por que Soninha é pré-candidata à Prefeitura de SP?

É a pergunta que todo mundo se faz. Por que, afinal, Soninha Francine vai trocar uma reeleição relativamente fácil para a Câmara Municipal e se aventurar a uma disputa duríssima e desgastante para a Prefeitura de São Paulo?

Qual e a visão política de Soninha e o que ela pretende se candidatando a prefeita?

Ela mesma responde: "Acho que a segunda parte da resposta ajuda a responder a primeira... O que eu pretendo, em primeiro lugar, é disputar a prefeitura da cidade discutindo grandes temas, pensando a cidade a curto, médio e longo prazo.

Analisar honestamente as possibilidades de solução de seus problemas, sem nenhum constrangimento ou obrigação de falar bem disso ou daquilo e mal deste ou daquele, isto é: posso reconhecer iniciativas bem-sucedidas em governos anteriores, independentemente do partido, tanto quanto falar de boas práticas em qualquer outro lugar do Brasil ou do mundo.

E sem prometer ser a sabe-tudo, resolver tudo, ter todas as boas idéias do mundo, mas assumindo o compromisso de discutir incansavelmente o que for mais complexo, mais polêmico, com especialistas e os diretamente envolvidos (por exemplo, soluções de habitação são sempre complicadas, têm muitas inter-relações - com meio ambiente, trabalho, renda etc.).

Precisamos criar ou fazer funcionar muitos instrumentos de participação e controle, descentralizar a gestão, respeitar as peculiaridades dessa cidade imensa. Meu objetivo é a cidade, e tenho certeza que a administração tem de estar acima de disputas partidárias. O que não exclui uma visão política da administração, mas a política é meio e não fim.

Sobre a "visão política" propriamente dita: sou de esquerda. Não acredito no mercado como promotor de desenvolvimento e justiça; na competição como melhor forma de organizar a sociedade.

Sei que não podemos suprimi-la, extinguir o capitalismo, mas o Estado tem o dever de corrigir distorções, combater o desequilíbrio, oferecer oportunidades, promover modos de colaboração, cobrar responsabilidades. Incentivar determinadas posturas, onerar ou punir outras.

A administração municipal tem uma responsabilidade e um poder imenso nesse sentido, ao mesmo tempo em que é muito limitada em outros - infelizmente, ficamos dependentes de uma política econômica sobre a qual temos pouco poder de interferência (o que fazer quanto aos juros e a taxa da câmbio, além de espernear?).

Enfim, não é fácil explicar "visão política" em uma resposta, mas acho que ela fica evidente na análise do meu mandato, da minha postura diante de determinados temas da política e da sociedade - e faço questão de deixar sempre muito claro como eu ajo e penso, mesmo que isso tenha conseqüências arriscadas em termos eleitorais. É muito fácil acompanhar meus passos, pela internet e em entrevistas. Creio que isso também seja uma demonstração de que tipo de política eu sou."


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