sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Os efeitos nocivos do "aquecimento eleitoral"

Efeito estufa? Aquecimento global? Derretimento das calotas polares? Que nada! O fenômeno do momento é o "aquecimento eleitoral", que aumenta a temperatura da pré-campanha, dissolve algumas candidaturas menos consistentes e provoca o lançamento de incontáveis balões de ensaio.

A polarização entre PT e PSDB (com ou sem o atrelamento automático do DEM) parece ser o único fator que faz mover o mundo do poder, abastece de notícias (e boatos) a mídia e interdita o bom e saudável debate sobre os verdadeiros problemas da cidade.

Alckmin, Marta, Kassab... eles serão candidatos? Os três? Só dois? Ora, e tudo gira em torno apenas dessa fulanização da campanha. É muito pouco para uma megalópole como São Paulo, com 12 milhões de habitantes.

As últimas da sessão de boataria eleitoral:

1) Se Geraldo Alckmin confirmar a sua candidatura e Gilberto Kassab também for candidato, o vice do tucano sairá do PTB (entre Campos Machado e Romeu Tuma).

2) Se Geraldo Alckmin confirmar a sua candidatura e Gilberto Kassab desistir da reeleição, o vice será Guilherme Afif Domingos (DEM).

3) Se Geraldo Alckmin não confirmar a sua candidatura e Gilberto Kassab disputar a reeleição, o vice será um tucano (Andrea Matarazzo e Walter Feldmann estão em campanha aberta pela vaga).

4) Se Alckmin e Kassab estiverem unidos, Marta Suplicy vai pensar 10 vezes antes de largar o Ministério do Turismo para se arriscar a uma nova derrota em São Paulo, e o PT corre o risco de ver minguar a sua bancada de vereadores (hoje são 12 de 55).

5) O PSB já começou a rifar a candidatura de Luiza Erundina: pediu ao governo o Ministério do Turismo em troca do apoio à Marta em São Paulo.

6) O PDT, enlameado até o pescoço com a história do escoamento de verbas do Ministério do Trabalho para a Força Sindical, tem Paulinho da Força como pré-candidato a prefeito (até quando?) e anuncia há meses que vai entregar os cargos que tem no município (uma secretaria e uma subprefeitura).

7) Uma secretaria e uma subprefeitura é também o que possuem o PV e o PPS na conta do prefeito Gilberto Kassab. É impublicável o que o vereador Roberto Trípoli (PV) sugere que se faça com os cargos cedidos ao PV na Prefeitura (principalmente com a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, ocupada por Eduardo Jorge). E a campanha está só começando...


Em tempo: a pré-candidatura da vereadora Soninha Francine (PPS) à Prefeitura de São Paulo segue firme e forte. Com o dobro de intenções de voto do que figuras como o presidente da Câmara dos Deputados Arlindo Chinaglia (PT) e o ex-presidente Aldo Rebelo (PCdoB), Soninha é o único fato novo de uma eleição que pretende ressuscitar Marta, Maluf e companhia.

O grupo de Luiza Erundina já está no PPS. Conversas com lideranças expressivas do PV, PDT, PSB, PSOL, PCdoB e outros partidos já estão acontecendo. A candidatura de Soninha começa a ganhar uma aura suprapartidária. Boas novas virão!