Se não bastassem todos os aspectos favoráveis e didáticos das recentes e históricas manifestações nas redes e nas ruas, esta óbvia constatação do absoluto descrédito da população com todos os partidos e políticos tradicionais, e a consequente pressão por uma ampla reforma política, por si só já merece ser comemorada.
Há bastante tempo batemos nessa tecla da falência do atual sistema político-partidário, da falta de credibilidade dos políticos, da insatisfação e indignação crescentes (e justas!).
Mas é exatamente por aí que o PPS deve trilhar o seu caminho por uma nova forma de fazer política. Renovar-se de dentro para fora, captando das vozes das ruas as principais demandas da “democratização da democracia”, da reforma estrutural (e de caráter) que o país necessita e passou a cobrar, assumir sem vergonha um novo papel de interlocutor da sociedade no mundo da política institucional – e dessa classe média desprezada pelo PT e avessa aos partidos conservadores e de direita.
Foi o que defendemos com o conceito da #REDE23:
Na democracia contemporânea os partidos não se bastam. Dependem, para fazer política, do estabelecimento e manutenção de redes de relações com movimentos, instituições, grupos na internet e até com personalidades influentes nos temas que trabalham.
O partido não pode manter mais a posição de vanguarda da época da circulação restrita de informação e deve assumir a postura de interlocutor dos movimentos, co-formulador de suas reivindicações, à luz de suas diretrizes mais gerais, e seu tradutor na linguagem das leis e das políticas públicas.
Se não abrirmos os olhos e nos despirmos de antigos dogmas (tão ou mais complexos que a difícil mudança de PCB para PPS, em 1992), repetiremos como farsa a tragédia do operário da obra-prima de Chico Buarque ("Construção"): morreremos na contramão atrapalhando o tráfego.
Srs. políticos, vamos voltar a enxergar a realidade?
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Roberto
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