terça-feira, 2 de setembro de 2008

Só um exercício despretensioso de futurologia

Nenhuma eleição está definida a um mês da apuração, portanto é um bom momento para soltar no ar alguns palpites despretensiosos do que vem por aí (até porque contrariam o senso comum): esses movimentos de queda de Geraldo Alckmin (PSDB) e de subida de Gilberto Kassab (DEM) parecem definitivos.

A aprovação da gestão do atual prefeito (lembrando sempre que é uma continuidade da administração José Serra) pode se transformar nos votos necessários para levá-lo ao segundo turno e derrotar a candidata Marta Suplicy (PT). Por mais que isso pareça absurdo diante dos índices do dia. Plenamente plausível, porém, para quem já aprendeu que política não se faz de números, mas de (e com) gente.

Por outro lado, uma vitória kassabista vitaminaria o projeto presidencial de Serra, aniquilaria qualquer pretensão de Alckmin e jogaria água na fervura de Marta - que perde para Dilma Roussef a indicação presidencial e perde forças para disputar o Governo do Estado.

A virada kassabista consolidaria ainda o acerto da jogada de Quércia ao levar o PMDB paulistano para o colo de Serra/Kassab, ganhando fôlego renovado para 2010. Além disso, constrói desde já um candidato à sucessão municipal em 2012: o deputado federal e secretário de Esportes Walter Feldman, mais fiel e expressivo defensor de Kassab dentro do ninho tucano.

Ora, mas se a previsão é ter Marta x Kassab no segundo turno, isso significa que Soninha não estará lá e o PPS já se deu por vencido? Ora, ora... mas quem foi que disse que Soninha não pode estar lá? Se o eleitorado tiver a lucidez de escapar da armadilha do voto útil no primeiro turno, escolher de fato quem tem a melhor proposta para a cidade, além de pregar e executar uma política diferenciada, votará em Soninha 23.

Ocorre que nem tudo é tão simples. É difícil alguém vencer a máquina (e aqui estão operando fortemente as máquinas municipal, estadual e federal) só com idealismo, um bom discurso e boas intenções. Mas quem foi que disse que só se vence uma eleição tendo a maioria dos votos?

Soninha já é uma vencedora, independente do resultado eleitoral. Entrou no PPS para ficar, para sinalizar novos tempos na política. Chegou para ajudar a construir um projeto para São Paulo e para o país, que passa por 2010 e chega a 2012, quando estaremos novamente chamando o cidadão paulistano a votar pela mudança dos métodos, das práticas e dos conceitos de ser e de fazer política. Cedo ou tarde, a mudança se dará.