Essa é fácil prever: o espírito de porco (ops, de corpo) dos vereadores paulistanos vai falar mais alto e certamente será barulhenta a reação à entrevista da candidata do PPS à Prefeitura de São Paulo, vereadora Soninha Francine, na qual ela joga um pouco de luz sobre a obscuridade da Câmara paulistana.
A manchete nos jornais O Estado de S. Paulo e Jornal da Tarde ('Na pior hipótese, recebe-se para votar') atinge em cheio a maioria dos parlamentares que já não vêem com bons olhos o fato de Soninha, por sua atuação independente, limpa, isenta e coerente, pairar sobre a podridão que exala da política.
Na sabatina do Estadão, na sexta-feira, Soninha afirmou que vereadores votam "em função do que receberão em troca". O último grau na escala do "toma lá, dá cá" seria o pagamento em dinheiro ou a compra de votos - passando pelo loteamento de cargos e a aprovação de projetos sem qualquer critério objetivo para a cidade.
Resta saber quem vai ter coragem de chiar e desmentir o que a vereadore Soninha vem afirmando durante todo o seu mandato - fator decisivo, inclusive, para ela não disputar a reeleição no Legislativo. O show recomeça na terça-feira, às 15h, na abertura da sessão da Câmara. Veremos...