Na novela da Globo, não se sabe ao certo quem é a mocinha e quem é a vilã. Mas agora a realidade da eleição supera a ficção da telinha: Flora (Patrícia Pillar) e Donatela (Cláudia Raia) ganham a companhia de Marta Suplicy (PT) - que os marqueteiros tentam transformar de vilã em mocinha - nesta obra aberta que é a disputa pela Prefeitura, com um toque folhetinesco dado pelos números do Ibope que apontam um favoritismo inexplicável da ex-prefeita.
O que justificaria, afinal, este crescimento vertiginoso da candidata petista? O povo de São Paulo relaxou e gozou? Esqueceu da Martaxa? Do nada baixaram os altos índices de rejeição ao partido do mensalão? Mais estranho: os votos tucanos migraram naturalmente para o PT? Parece mesmo coisa de novela!
Mas, enfim, ficção e realidade se misturam no resultado das pesquisas. Nesta última, a mais controvertida, 805 moradores de São Paulo indicaram ao Ibope do gênio botafoguense Carlos Augusto Montenegro que Marta disparou, Alckmin e Kassab despencaram, Soninha e Maluf estacionaram. Será?
Final antecipado de novela costuma não funcionar. Perde a graça e o público acaba sempre esperando uma surpresa. Nesta tragicomédia paulistana, esperamos por uma surpresinha. Quem disse que o povo de São Paulo não merece ter um final feliz?