Filipe Ferrato,
do iG
Acusada de trocar de partido em pleno mandato, a vereadora e candidata do PPS à Prefeitura de São Paulo, Soninha Francine, reuniu intelectuais e dissidentes petistas para mostrar que o partido já não é mais o mesmo.
A candidata acompanhou a primeira audiência que ouviu nesta quarta-feira, no cartório da 2ª Zona Eleitoral, em Perdizes, as testemunhas da ação movida no final do ano passado pelo PT, pedindo o mandato da vereadora eleita em 2004. “Um pouco irritante”, foi a definição de Soninha para o evento. "Estou cada vez mais aliviada de ter saído do PT, porque eu não ia mudar minhas convicções como o PT mudou as dele", afirmou.
Pelo PT compareceram três vereadores: o presidente municipal do partido, José Américo, e como testemunhas João Antonio e Francisco Chagas. Para testemunhar em favor da candidata, compareceram o ex-presidente da Radiobras Eugenio Bucci, a psicanalista Maria Rita Kehl, além do ex-deputado Orlando Fantazini (PPS), que na saída disse ter deixado o PT pela mesma insatisfação com os rumos do partido.
O deputado e candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro pelo PV, Fernando Gabeira, o vereador Chico Macena (PT), Plínio de Arruda Sampaio (PSOL), o jurista e ex-petista Hélio Bicudo e o deputado Ricardo Berzoini (PT), deveriam comparecer também em sua defesa, mas não puderam ir e justificaram suas ausências.
Soninha, que deixou o partido por “divergências”, filiou-se ao partido de Roberto Freire depois de recusar convites feitos também pelo PV e PC do B. “Eu não queria entrar em partido nenhum. Deixei o PT porque o partido estava indo para um caminho totalmente diferente, especialmente aqui na capital”.
A candidata também comentou como tem sido o dia-a-dia da sua campanha. “Estou exausta, mas feliz pra diacho”. Para a propaganda eleitoral na televisão, que começa no dia 19, ela disse ter feito tudo o que sempre quis ver: propostas sendo mostradas sem indiretas a outros candidatos ou exploração da imagem da população.