sábado, 10 de agosto de 2019

Droga de ministro dessa droga de governo diz que "maconha medicinal" é lobby da indústria da droga

Não é possível tolerar a ignorância, o preconceito, a desinformação e o obscurantismo do ministro da Cidadania, Osmar Terra, na questão da liberação da “maconha medicinal”. Em artigo neste sábado, na Folha de S. Paulo, acusa a Anvisa de lobby da indústria da droga! Típico deste governo de Jair Bolsonaro.

Se Osmar Terra tivesse na família algum caso de paciente em que o uso do canabidiol transformasse a
vida e fosse a única esperança de melhora, não diria tanta asneira. Até a Organização Mundial da Saúde reconhece o que o Ministério da Cidadania quer negar. É a gestão da “Terra plana”.

Não bastasse a nulidade de conhecimento médico-científico ou de argumentos consistentes que justifiquem a intenção do ministro, além de uma posição ideológica baseada em mentiras e suposições alarmistas, é bom contextualizar quais seriam os outros interesses em jogo.

Quem é Osmar Terra, afinal? Ele acusa um suposto lobby de empresas interessadas em liberar as drogas no País. E quais seriam as empresas que ajudaram a financiar esta droga de político? Quem são os doadores da campanha desse ministro chinfrim, eleito em 2018 deputado federal pelo MDB do Rio Grande do Sul. 

Médico formado pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e dirigente sindical, Osmar Terra se elegeu deputado federal pela primeira vez em 2006, ficando antes na suplência nas eleições de 2002 e 1998. Nesse período, ele se licenciou da Câmara para exercer os cargos de secretário de Saúde no governo do Rio Grande do Sul e ministro do Desenvolvimento Agrário, durante o governo Temer.

Até 2014, sua candidatura foi majoritariamente bancada por empresas como a JBS, dona da marca Friboi, dos irmãos Joesley e Wesley Batista, denunciados e presos por diversos escândalos e ilegalidades. Em 2018, o MDB foi responsável por quase todas as receitas. Além de deputado, secretário e ministro, Terra foi prefeito do município de Santa Rosa (RS) entre 1993 e 1996.

Há outras movimentações suspeitas com denunciados e condenados da Operação Lava Jato. De acordo com matéria do jornal O Estado de São Paulo, Terra pediu uma doação à OAS para o financiamento de sua campanha em 2014. Ele mesmo confirma o pedido de R$ 150 mil à empreiteira e que fez ligações a Léo Pinheiro para saber da propina. No entanto, afirma não ter recebido via caixa 2, apesar de a doação não aparece na sua declaração ao TSE.

Ele também esteve envolvido em denúncia do Ministério Público Federal por obstrução de Justiça, quando era secretário da Saúde no Rio Grande do Sul – por não ter informado, depois de cinco insistências, a situação da falta de medicamentos. Terra foi absolvido em 2011 pelo então presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, porque sua secretária adjunta Arita Gilda Bergmann assumiu a responsabilidade pelo caso.

Outra denúncia inusitada, esta feita pelo "Destak Jornal", foi pedir ressarcimento à Câmara dos Deputados por um combo de pipoca e refrigerante comprado em uma sessão de cinema em 27 de setembro de 2015, em Brasília. A cota parlamentar deve ser utilizada para custeio de despesas ligadas diretamente às atividades parlamentares. Que droga, hein?