De merenda o PT entende. E de trapalhadas, também. Afinal, foi na administração municipal petista que estourou o escândalo no fornecimento da merenda escolar na cidade de São Paulo. O Ministério Público acaba de ingressar na Justiça com uma ação civil pública para acabar com o sistema de merenda terceirizada, pois as empresas fornecedoras teriam fraudado licitações e efetuado o pagamento de propinas a servidores públicos.
Segundo o MP, a máfia começou a agir na gestão do PT.
Corte na merenda
Para desviar a atenção do escândalo da merenda, a bancada petista na Câmara apontava suas espingardas de chumbinho e seus estilingues contra a boa administração do prefeito Gilberto Kassab (mas elogiar a dupla Serra/Kassab é até covardia se o termo de comparação for a gestão anterior, de Marta Suplicy).
Alertávamos no post abaixo, aqui no Blog do PPS/SP, que o prefeito devia abrir o olho para a arapuca que estava sendo armada. Kassab agiu rápido.
Em nota oficial divulgada no início da noite desta quinta-feira (16), a Secretaria Municipal de Educação decidiu "manter a alternativa de fornecimento de cinco refeições diárias para as crianças".
A imprensa repercutiu pessimamente a informação de que a Prefeitura iria reduzir uma das refeições das creches administradas diretamente pelo município. O argumento da Secretaria da Educação é que o tempo de permanência das crianças nas creches diminuiu de 12 horas para 10 horas e foi preciso readequar o cardápio. A redução do horário foi feita em janeiro.
No meio da tarde de ontem, o prefeito Gilberto Kassab disse que desconhecia a decisão de cortar uma das cinco refeições diárias servidas nas creches da capital.
"Não faltou, não está faltando e não faltará recurso para a merenda", afirmou o prefeito, após participar de evento para entrega de um conjunto habitacional em parceria com o governo do Estado, no Jaguaré, zona oeste da cidade. "A decisão foi técnica, não financeira. Tecnicamente, as crianças têm um limite de alimentação máximo e mínimo."
Nota da Secretaria
O texto distribuído pela Educação justifica o recuo sob o argumento de que a atitude tem como objetivo "tranquilizar as famílias dos alunos das creches diretas mantidas pela Prefeitura e como demonstração inequívoca da preocupação com a saúde e bem-estar das crianças".
Além de manter as cinco refeições, o órgão se compromete a "realizar profunda pesquisa junto às famílias, diretores e equipes escolares para diagnosticar a situação alimentar das crianças no período de convivência com as famílias".
Ainda segundo a nota, a prefeitura vai "divulgar amplamente os resultados da pesquisa e implantar programas, juntamente com outros órgãos da prefeitura, para solucionar eventuais carências".