Enquanto os congressistas debatem a censura à internet nas eleições - uma loucura absurda nos dias de hoje -, a Folha de S. Paulo lança um controvertido manual com regras para seus jornalistas usarem o twitter e blogs.
O twitter virou febre: o Blog do PPS/SP tem o seu, e entre seus seguidores e seguidos (followers e following) estão os deputados do PPS Arnaldo Jardim, Dimas Ramalho, Davi Zaia,, a pioneira Soninha Francine, o presidente do partido Roberto Freire, os vereadores paulistanos Claudio Fonseca e Dr. Milton Ferreira, entre outros.
Vale a pena conhecer o manual da Folha para essas novas ferramentas da internet, nesse contexto de tentativas para regulamentar o caos que é o vasto mundo virtual. Lembrando que a Folha lançou há mais de 20 anos o seu primeiro Manual da Redação, uma espécie de bíblia dos jornalistas, copiada em seguida por diversos veículos.
A recomendação, assinada pela editoria executiva do jornal, é que os profissionais não assumam opiniões partidárias, sobre qualquer candidato ou campanha, e também veda a publicação de conteúdo exclusivo, acessível apenas para assinantes do jornal.
Os jornalistas que quiserem citar alguma matéria exclusiva poderão fazer referência ao material, publicando o link para o acesso do conteúdo na íntegra. “Não devem colocar na rede os conteúdos de colunas e reportagens exclusivas. Esses são reservados apenas para os leitores da Folha e assinantes do UOL. Eventualmente blogs podem fazer rápida menção para texto publicado no jornal, com remissão para a versão eletrônica da Folha”, explica o texto.
Ao Comunique-se, um dos jornalistas da Folha disse que aguardava pela decisão. “Já sabia que iriam fazer isso. Tinha muita gente abusando. Você não pode emitir opinião de uma matéria que você cobriu”, declarou.
Outro profissional do veículo também esperava esse tipo de orientação do jornal. “Esperava que adotassem uma medida nesse sentido, principalmente pelo direito autoral. A decisão não mudou em nada meu procedimento no Twitter. Eu não faço nada no Twitter que eu não faria na Folha”, revelou o jornalista, que acredita que o conteúdo exclusivo deveria ser liberado. “Seria bem mais proveitoso, mas essa é outra questão”.
Apesar de defender as orientações do jornal, o profissional afirmou que o veículo é rigoroso em relação à imagem dos jornalistas do grupo. “Excedem no rigor, tudo tem que pedir autorização, para entrevistas, palestras, enfim...".
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