Coisas estranhas acontecem: primeiro, a sondagem do Ibope é encomendada pelo Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas de São Paulo e Região (Setcesp). Nada contra, nem a favor. Só uma observação. Segundo, o levantamento é sobre cenários inexistentes, com os nomes de Luiza Erundina (PSB) e de Paulinho da Força (PDT), por exemplo, que não serão candidatos. Aí, sim, tudo contra.
Pode até ser que a ex-prefeita Marta Suplicy (PT) e o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) estejam mesmo na frente na disputa pela Prefeitura de São Paulo, como apontam os números do Ibope divulgados nesta quarta-feira. Mas todos os cenários pesquisados são irreais. Isso é inexplicável e incompreensível.
Marta, cuja candidatura será oficializada no próximo domingo, tem 31%, tecnicamente empatada com Alckmin, que recebeu 25% das indicações dos entrevistados em São Paulo. Kassab teve 13% das indicações. Soninha (PPS) tem 2% das intenções de voto em todos os cenários.
"É provável que esses níveis se mantenham até o início da campanha eleitoral na TV em agosto, até porque o atual prefeito não tem uma marca personalista e os outros principais candidatos já são conhecidos", disse a jornalistas Hélio Gastaldi, diretor do Ibope.
Confusão do Ibope
Os problemas começam quando o Ibope inclui nomes de quem definitivamente está fora da disputa, como a deputada Luíza Erundina (PSB), com 7%, o deputado Paulinho da Força (PDT), com 2%, e Zulaiê Cobra (ex-PHS), que até já aderiu à campanha de Kassab.
Em dois cenários, o Ibope inexplicavelmente exclui Paulo Maluf, que já foi oficializado como candidato do PP. Em uma quarta e última possibilidade, o Ibope descarta acertadamente Erundina, mas mantém Paulinho e Zulaiê.
Segundo Turno
Em um eventual segundo turno, Alckmin bateria Marta por 49% a 41%. Se a disputa for com Kassab, a petista venceria por 50% a 36%. Se os adversários forem Alckmin e Kassab, o tucano teria 54%, enquanto o prefeito ficaria com 25%.
Dos três candidatos, Alckmin tem o menor índice de rejeição, com 14%. Kassab tem 27% e Marta, o nível mais alto, com 32%.
"O índice de rejeição do candidato Alckmin é muito abaixo da média de quem tem vida pública. Normalmente, para quem está nesta condição, o índice fica entre 20 e 30 pontos", comentou Gastaldi.