Apesar das denúncias que envolvem o nome do vereador Antonio Carlos Rodrigues, também chamado de ACR ou Carlinhos (só para os íntimos), lideranças do PT e dos partidos que compõem o chamado "Centrão" na Casa se apressaram em prestar solidariedade ao presidente da Câmara Municipal de São Paulo.
Estranho o comportamento do PT, principalmente, que em casos similares sempre defendeu a transparência e uma rigorosa investigação, até para que não seja maculada a imagem do Legislativo paulistano como um todo, e para que os supostos envolvidos possam também se defender.
Há apenas oito anos, a então candidata Marta Suplicy, carregando consigo expressiva bancada petista, elegeu-se justamente na esteira do escândalo da "Máfia dos Fiscais" - naquela época o PT defendia as investigações e o trabalho do Ministério Público e da Polícia Federal.
Veja que curioso: o presidente era Fernando Henrique Cardoso, portanto o MP e a PF trabalhavam sob o comando de um governo tucano, e essas instituições mereciam a credibilidade do PT. Hoje o presidente é Lula, e os parlamentares do PT colocam em dúvida a ação de promotores e policiais federais.
No ano 2000, petistas preferiam ver o capeta a admitir que pudesse ser "inocente" qualquer vereador eleito por outros partidos, principalmente os identificados com a "direita" - como o PR (então PL) de Antonio Carlos Rodrigues ou o PP de Paulo Maluf. Por outro lado, qualquer promotor era tratado pelo PT como se fosse detentor das chaves do céu. Hoje, inimigos e aliados trocaram de lado. Vai entender...