Quando relatamos aqui que Dilma inova e adota o método "lepo lepo" de governo ou ainda que foi encontrado o DNA petista nas ocupações em São Paulo, estamos constatando o mesmo fenômeno social e político: uma capa ideológica para uma cartilha envelhecida, atrasada, ineficaz e por vezes criminosa.
Em artigo na Folha de S. Paulo deste domingo, três líderes do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto tentam explicar O que quer o MTST?
Entre algumas frases-feitas, outras de efeito e um pensamento defeituoso - que busca justificar as ilegalidades que cometem por uma "causa justa" - repetem o argumento falacioso que pode ser usado tanto por Robin Hood quanto por Osama Bin Laden. Além de parecer excessivamente maquiavélica a tese de que "os fins justificam os meios".
O MTST prega o "poder popular". É isso que entoam em gritos de guerra e palavras de ordem, enquanto realizam seus protestos (como a invasão da sede de empreiteiras na zona sul de São Paulo) e ocupações (seja de terrenos em áreas de mananciais ou quebrando janelas da Câmara Municipal).
Mas qual o conceito destes manifestantes? "A história dos povos ensina que as transformações são resultado de movimentos populares de massa, que enfrentam as relações de poder constituídas".
Ou seja, a velha ladainha contra o "neoliberalismo", as "elites", a "direita" e blablablá - discurso que já deveria ter caído em desuso e causar vergonha alheia desde que Lula protagonizou o beija-mão nos jardins da mansão de Maluf, convidou Delfim Netto para ser seu conselheiro econômico ou se aliou a Sarney, Collor, Renan, Jader, banqueiros, empreiteiros, especuladores, mensaleiros e todo o rol de partidos fisiológicos e conservadores para governar.
Enquanto isso, o PT se aproveita desse esquerdismo do avesso - reunindo o pior da experiência cubana, venezuelana, boliviana etc. - e segue treinando suas milícias nas redes e nas ruas e cooptando a mídia sensível a patrocínios estatais para atacar as instituições democráticas e os princípios republicanos.
Está valendo até ameaçar de morte o ministro Joaquim Barbosa... Onde vamos parar?
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