Um fato: a união de Eduardo Campos e Marina Silva mexe profundamente com o cenário eleitoral de 2014, anabolizando uma alternativa concreta à polarização desgastada e simbiótica PT x PSDB.
Mas a lógica de uma “coligação democrática”, ou o nome fantasia que se queira dar a essa
propalada terceira via, não seria Marina no PPS (ou em outra legenda) fazer um pacto com o PSB de Eduardo
Campos, para ampliar ao invés de restringir (e aí, sim, deixar a decisão da
cabeça de chapa para ser discutida no próximo ano)?
De
resto, parece ser uma jogada de mestre exclusivamente do Eduardo, que fica com o controle de todos os Campos na eleição. Ou não?
Se a tese que nos une é a candidatura de Marina ser essencial em 2014 - e quanto mais opções para a oposição, tanto melhor - fica estranho entregar de bandeja esse protagonismo.
Vice? Como assim? Lutamos até aqui pra isso?
Como ironizam os jovens nas redes sociais: Marina fora da eleição me representa
Que fique claro: lamentamos essa decisão extemporânea porque entendemos que tanto Marina Silva quanto Eduardo Campos deveriam ser candidatos no 1º turno em 2014, para forçar um difícil 2º turno contra a candidata da máquina governista. Limitar a apenas duas as candidaturas oposicionistas (Eduardo e Aécio) contra Dilma Roussef e a ampla coalizão da base pode facilitar a vida do PT.
Os bons conceitos da #Rede, da Sustentabilidade e da Nova Política parecem também dar espaço para o monopólio de velhos arranjos, restritos a uma única legenda, ao menos à primeira vista. Ficou dúbio. Vamos aguardar.