terça-feira, 29 de outubro de 2013

Câmara retoma debate sobre aumento do IPTU

Nesta semana deve ser aprovado, em segunda e definitiva votação, o aumento do IPTU muito acima da inflação (veja o placar da primeira votação), como pretendem o prefeito Fernando Haddad (PT) e a base de sustentação do governo.


Pesquisa Datafolha divulgada nesta segunda-feira mostra que 89% dos paulistanos são contra o aumento, mas a oposição na Câmara não tem votos suficientes para fazer valer a vontade da população.

O governo alega que o aumento do IPTU é necessário para manter a tarifa de ônibus em R$ 3,00. Se não bastasse o argumento ser falacioso e até mesmo ilegal, imagine que fosse verdade: seria justo cobrar mais caro de proprietários e inquilinos de imóveis para repassar esse dinheiro para os empresários de ônibus? Pois é isso o que a Prefeitura faz todo ano, com subsídios que superam R$ 1 bilhão para manter um serviço com baixa qualidade e desempenho insatisfatório.

Piada pronta que circula pelas redes sociais: em vez de pagar IPVA, os proprietários de veículos na cidade deveriam mesmo recolher IPTU, pois os carros viraram "imóveis" nas ruas congestionadas e no trânsito mal planejado de São Paulo.

Outra contradição do prefeito Haddad: se a proposta era adensar o centro da cidade, favorecendo a moradia de pessoas oriundas de todas as classes sociais nessa região com infra-estrutura privilegiada e reduzir a distância casa-trabalho, o aumento abusivo do IPTU, principalmente nessa área central, só afasta os moradores de baixa renda, sejam eles proprietários ou inquilinos de imóveis.

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