Em uma entrevista tensa ao Jornal Nacional, em que Dilma Roussef tentou impor a sua autoridade de presidente quando deveria estar ali como mera candidata, ficou claro ao menos uma coisa para o eleitor brasileiro: quanto mais ela fala, menos tem a dizer.
Estourou o tempo de 15 minutos tentando enrolar os entrevistadores William Bonner e Patricia Poeta, visivelmente constrangidos, mas acabou ela própria enrolada em respostas confusas, nervosas e intermináveis.
A entrevista serviu para mostrar Dilma fugindo desesperadamente das perguntas, principalmente sobre a corrupção do seu governo, a condenação e a prisão da "tropa de elite" dos mensaleiros do PT, e sendo obrigada a admitir que, após 12 anos na Presidência, ela e Lula não conseguiram entregar uma saúde pública "minimamente razoável".
Ou seja, levando ao pé da letra, a CANDIDATA Dilma Roussef avaliaria a gestão da PRESIDENTA Dilma Roussef como PÉSSIMA.
Não é verdade? Ora, se alguma coisa não é "minimamente razoável" é o que? Ruim. Péssima. Se ela própria está dizendo, quem somos nós para discordar?
Depois dessa entrevista, ficam dois recados musicais.
Um do Charlie Brown Jr.:
"(...) Eu vi o tempo passar e pouca coisa mudar
Então tomei um caminho diferente
Tanta gente equivocada faz mau uso da palavra
Falam, falam o tempo todo, mas não tem nada a dizer (...)"
Outro da Legião Urbana:
"(...) Quem me dera ao menos uma vez
Explicar o que ninguém consegue entender
Que o que aconteceu ainda está por vir
E o futuro não é mais como era antigamente
Explicar o que ninguém consegue entender
Que o que aconteceu ainda está por vir
E o futuro não é mais como era antigamente
Quem me dera ao menos uma vez
Provar que quem tem mais do que precisa ter
Quase sempre se convence que não tem o bastante
Fala demais por não ter nada a dizer (...)"
Vale ainda acompanhar as diferentes opiniões sobre a entrevista de Dilma Roussef, variando de acordo com a formação do próprio crítico, sua visão da política e os interesses em jogo. Reveja, de humoristas a jornalistas, artistas, personalidades e cientistas políticos: Josias de Souza, Ricardo Noblat, Carlos Melo, Cora Ronai, Cacá Rosset, Danilo Gentili, Rafinha Bastos, Luiz Carlos Azedo, Romeu Tuma, Roger Rocha Moreira, Soninha Francine, Reinaldo Azevedo, Álvaro Dias, Revista Veja, Carta Capital, ConversaAfiada, Revista Forum, Brasil247, ViOMundo...Provar que quem tem mais do que precisa ter
Quase sempre se convence que não tem o bastante
Fala demais por não ter nada a dizer (...)"
Não por coincidência, esses últimos veículos são aqueles chamados "blogueiros amigos", ou, como preferimos, mídia cooPTada ou milícia PTbull. Basta ler os absurdos que publicam e, pior, sob escancarado patrocínio governamental.
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