quarta-feira, 22 de agosto de 2012
Soninha na TV incomoda Haddad? Isso é o "novo"?
Não satisfeito em ter uma campanha milionária, abusar da máquina governista, explorar a imagem de Lula e Dilma, reunir no seu palanque Maluf e toda a corja de mensaleiros, o candidato do PT Fernando Haddad, o tal que se apresenta como "novo", vai agora à Justiça para tirar da TV as raras inserções da candidata Soninha Francine, da coligação "Um Sinal Verde para São Paulo".
O TRE suspendeu, na tarde desta quarta-feira (22), inserções que possuem imagens externas (feitas fora de estúdios) dos programas eleitorais de Soninha Francine (PPS) e Celso Russomanno (PRB) exibidas ontem e hoje, das 8h às 24h, durante a programação da TV.
Os dois candidatos levaram ao ar gravações de cenas externas nas inserções de 30 segundos, o que é proibido pelo artigo 51 da legislação eleitoral. O PT representou contra Soninha e o PSDB contra Russomanno. As externas são permitidas apenas nos programas do horário eleitoral gratuito, exibidos na TV das 13h às 13h30 e das 20h30 às 21h.
O mais inusitado disso tudo é que o próprio Haddad descumpre essa mesma lei ao exibir inserções com imagens externas, gravadas supostamente em uma convenção partidária, na qual aparece ao lado da família com um discurso messiânico e, pior, ofensivo a um adversário (outra ação que a lei eleitoral veta nas inserções, mas para o PT tanto faz...).
Por isso, ou os advogados de Haddad são mal informados, ou são mal preparados, ou são mal intencionados. Ou há uma infeliz combinação de todos os defeitos. Primeiro, porque eles não enxergam que Russomanno (representado pelo PSDB) e o próprio Haddad cometeram as mesmíssimas irregularidades (senão, outras piores) que apontam em Soninha, usando também imagens externas (ou para eles "imagem externa" é só gravação na rua?), montagens e trucagens de todo o tipo, apelando para a manipulação técnica e publicitária, o que a lei veta.
Havia dois objetivos, em tese, para justificar a proibição a imagens externas nas inserções comerciais: 1) evitar o abuso do poder econômico, pois campanhas "ricas" poderiam explorar esse recurso com muito mais facilidade que campanhas "pobres" (mas chega a ser ridículo Haddad posar aqui de "justiceiro" dos pobres contra Soninha, né?); e 2) impedir que, por meio de montagens e trucagens, a "realidade" seja distorcida (outro falso argumento: o que é mais "real"? Soninha andando de bicicleta na rua ou Haddad fazendo um discurso ufanista para uma plateia de olhos vidrados na sua brilhante oratória?).
Não faz o mínimo sentido, também, que as imagens externas sejam permitidas no programa eleitoral e proibidas nas inserções. Com isso - veja a contradição - a campanha de Soninha não pode "economizar", como vinha fazendo, e utilizar as mesmas imagens do seu programa (1 minuto e 11 segundos) reduzidas para as inserções de 15 ou 30 segundos. A lei obriga que se faça uma produção diferente do programa exclusivamente para as inserções (no caso de Soninha, apenas duas por dia!), gerando um custo muito maior e desnecessário (que, para uma campanha como a de Haddad, prevista em R$ 90 milhões, não é nada absurdo, mas na de Soninha, com custo máximo previsto de R$ 4,5 milhões - e muuuuito longe de chegar a esse valor - é altamente comprometedor).
A campanha da coligação "Um Sinal Verde para São Paulo" já gravou novas inserções de 15 segundos, com imagens de Soninha dentro do estúdio. Eleitores indignados com a ação do PT, porém, sugeriram nas redes sociais, com ironia, que Soninha grave dentro do estúdio pedalando uma bicicleta ergométrica, para deixar de incomodar o adversário Haddad - temeroso, talvez, de continuar atrás de Soninha nas pesquisas (como vinha ocorrendo nos últimos meses).
Haddad, Haddad... Seu desespero... HaddaDÓ!
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