quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Pra não dizer que não falamos das pesquisas...

Parodiando Geraldo Vandré (relembre), pra não dizer que não falamos em pesquisas, aqui vai: o que se vê nos resultados do DataFolha e Vox Populi de ontem - e vai se confirmar no Ibope de amanhã - é a comprovação da leitura óbvia que sempre fizemos desta eleição.

Aliás, um registro importante: fala-se na rejeição estratosférica (43%) de José Serra (PSDB), o que é verdade. Mas em uma semana também praticamente dobrou a rejeição de Fernando Haddad (PT): de 11% para 21%. Parece emblemático.

O fato é: a polarização PT x PSDB está saturada. O eleitor paulistano quer de fato o "novo": a divergência está entre quem pode representar melhor este "novo". Lá atrás, buscou-se uma "terceira via" unificada. Houve diálogo dos partidos para se tentar uma chapa de consenso entre os então pré-candidatos Celso Russomanno (PRB), Netinho de Paula (PCdoB), Chalita (PMDB), Paulinho (PDT) e Soninha Francine (PPS). Não houve entendimento.

Sinal Vermelho

O PT, sob as ordens de Lula e do marqueteiro João Santana, quis repetir a fórmula Dilma e foi buscar o "novo" entre seus próprios quadros, para tentar uma sobrevida à polarização com os tucanos, que em vez do "novo" apresentaram Serra "de novo".

Conclusão: o espaço da "alternativa" à mesmice de PT x PSDB está sendo ocupado até aqui, por mérito pessoal e competência da estratégia definida pelo partido da Igreja Universal e do grupo detentor da Rede Record, por Celso Russomanno. Estando bom para ambas as partes, o "xerife" da defesa do consumidor segue firme na liderança de todas as pesquisas (desafiando os analistas que apostavam no seu "vôo de galinha").

O PT cumpre o papel esperado: com overdose de Lula e Dilma na propaganda e rios de dinheiro, o pupilo Haddad vai recuperando o índice histórico de 30% de votos petistas (saiu de humilhantes 3%, onde ficou meses estacionado, chega agora a 14% e segue em ascensão). Até Marta Suplicy sentiu a subida e já não se ressente tanto pelo apoio de Maluf, ao qual se referia como "pesadelo". Vale tudo pelo poder.

Sinal Amarelo

Por outro lado, a campanha de Soninha Francine é abalada pela absoluta falta de recursos e pelo "sincericídio" da candidata: responder qualquer tipo de pergunta e não fugir de nenhum assunto polêmico a coloca fora do "script" traçado por marqueteiros e vai contra o senso comum. Parece contraditório, mas a maioria prefere candidatos demagogos e hipócritas. É o "novo" pero no mucho, palatável para um eleitorado conservador.

O que vai acontecer? Difícil exercitar a "futurologia", mas seguimos confiantes na inteligência e na sensibilidade do eleitor para reconhecer no meio de muita propaganda e muito blablablá as melhores propostas. É por isso que se formou a coligação "Um Sinal Verde para São Paulo".

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer


A candidata Soninha Francine também escreveu hoje sobre o assunto: Pesquisando a pesquisa e Tudo depende.

Reveja o que dizíamos antes da campanha:

Artigo na Folha: "Um sinal verde para São Paulo"

Nova reflexão pré-eleitoral e a simbiose política

Agora todo mundo fala em 3ª via, é isso?

O desvirtuamento da 3ª via proposta para São Paulo

Leia também:

Entenda a coligação "Um Sinal Verde para São Paulo"

Quem foge do script dos marqueteiros assusta?