Chegamos aos últimos dias de 2014 com pelo menos duas novas conclusões sobre a Prefeitura de São Paulo:
1) O prefeito Fernando Haddad é extremamente coerente. Afinal, se ele fez merda nos dois primeiros anos de gestão, não seria agora, na virada para a segunda metade do mandato, que ele se tornaria minimamente razoável.
2) Oposição não tira férias. Ao contrário das expectativas iniciais do Blog do PPS, de que daríamos uns dias de trégua ao nosso leitor até janeiro, estamos aqui de volta em razão dessa canalhice de fim-de-ano do prefeito Haddad.
Ops! Canalhice é um termo muito pesado... Será?
Qual então o adjetivo que define melhor o ato de anunciar um aumento de 17% na tarifa de ônibus em pleno período de festas de fim-de-ano, quando a maioria da população não quer nem ouvir falar do dia-a-dia da política da cidade?
É, sim, canalhice do prefeito anunciar que o ônibus vai custar R$ 3,50 a partir de 6 de janeiro. É canalhice fazer isso no meio das férias escolares, praticamente às escondidas, sem qualquer diálogo com a população - aumentando em 50 centavos uma tarifa que por 20 já colocou o país em ebulição.
É canalhice burlar a legislação, que exige que o prefeito anuncie o aumento à Câmara Municipal com pelo menos cinco dias de antecedência, mas Haddad faz isso no meio do recesso parlamentar, quando apenas parte dos vereadores se reúne no dia 1º de janeiro para a posse da nova Mesa Diretora, num ato meramente solene e burocrático.
É canalhice promover esse reajuste poucos dias após uma auditoria revelar que, ao invés do aumento, o custo do transporte em São Paulo poderia ser reduzido se houvesse uma gestão minimamente eficaz e responsável no cumprimento do contrato em vigor (que, diga-se, segue prorrogado indefinidamente, outra vez por incompetência e incapacidade administrativa desta Prefeitura).
Entenda melhor o problema do transporte em São Paulo: