sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Câmara de SP faz "contrabando" de projetos e a base de Haddad aprova pacote de maldades na madrugada

Vereador trabalhando em plenário até de madrugada, coisa boa não pode ser. Com votações até a meia-noite desta sexta-feira (19), o trator da base governista (ou seria um navio pirata?) entrou em ação para aprovar dois projetos: o aumento do IPTU e a instituição do PPI (Programa de Parcelamento Incentivado).

Até aí, aparentemente, nada demais. Afinal, ambos estavam na pauta da Câmara Municipal e havia mesmo a expectativa de votá-los antes do recesso, que deverá ter início após a aprovação do Orçamento de 2015 (pautado para a sessão das 15h desta sexta-feira).

Mas não podemos esquecer que estamos tratando do governo do PT, então é só esperar que alguma sacanagem vai ter. Bingo!

Foi enfiado às pressas no substitutivo do PPI, na calada da noite, aquilo que o senso comum chama com propriedade de "contrabando" de projetos. Instituiu-se numa só tacada a "tarifa zero" para estudantes e o fim da função de cobrador de ônibus.

É isso mesmo que você está lendo! O assunto principal do projeto era o parcelamento de dívidas do contribuinte com a Prefeitura de São Paulo, mas Haddad, no pior estilo do Dr. Frankenstein, criou um monstrengo ao fazer o enxerto de outros temas no corpo do texto aprovado, para dar "vida" às suas maldades, sem tempo de qualquer debate com a sociedade. Um absurdo!

Assim, o Projeto de Lei 384/2014, de autoria do Executivo, que institui o PPI para 2015, foi aprovado em definitivo por 36 votos, com substitutivo do governo que prevê isenção do ISS (Imposto Sobre Serviço) para cooperativas de cultura e cartórios, além de autorizar medidas para o transporte público, como a "tarifa zero" para estudantes e a "realocação" dos cobradores, que a critério das empresas poderão ser "requalificados para outros cargos".

Na prática, esse "contrabando" de projetos - manobra deplorável da base governista - coloca em risco o emprego de 24 mil cobradores de ônibus na cidade de São Paulo. Aliás, diga-se que no transporte "alternativo" (as chamadas lotações), os cobradores já foram extintos faz tempo (apesar de oficialmente continuarem existindo, inclusive na planilha de custos das cooperativas, que a Prefeitura paga sem nenhum questionamento).

Aumento do IPTU

Outra maldade do pacote de Haddad, travestida de bondade de mentirinha, é a anunciada "redução do aumento do IPTU". Que é isso??? Como a imprensa cai em qualquer conversinha, meu Deus!!! Reproduz o release com a versão oficial sem perceber o tamanho da besteira!

Havia a expectativa de aumento de até 20% do IPTU residencial e 35% do comercial. O que a Prefeitura fez? Estabeleceu um "teto" de 10% para imóveis residenciais e 15% para pontos comerciais (como já era previsto em 2014). Em contrapartida, em mais um "contrabando", o texto estabelece aumento do ITBI (Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis), que passa de 2% para 3% em 2015.

Era óbvia a rejeição popular à ideia do aumento abusivo do IPTU, fora o impacto na inflação e no custo de vida da população. Então o marketing do PT inventa uma historinha (que a imprensa cooPTada acredita) para reduzir o fardo que representa para um prefeito e para um partido que vão mal das pernas e precisam começar a construir o longo caminho da reeleição.

A Prefeitura apelou para a velha estratégia do bode na sala. Lembra?

Numa situação que já é crítica, um bode malcheiroso é colocado no meio da sala. Fica dias ali, tornando-se o maior dos problemas. Quando é retirado, o alívio é tão grande que ninguém mais reclama de tudo aquilo que incomodava antes do bode.

Foi assim com o aumento do IPTU e esta suposta "redução do aumento". O bode do Haddad. Piada de mau gosto.

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