Artigo de Carlos Fernandes (PPS/SP) |
É bom os munícipes de São Paulo
começarem a ficar com uma pulga atrás da orelha toda vez em que for publicada
uma matéria mostrando bons resultados das ações da prefeitura da cidade. Ocorre
que há algumas propagandas enganosas que podem levar o paulistano a acreditar
em fatos inverídicos. A bola da vez é a matéria do Estadão: “Cresce número de passageiros de
ônibus no primeiro trimestre em SP”. O que na prática não é bem assim.
Segundo a reportagem, dados da
prefeitura apontam crescimento de 2,7% do número de viagens de ônibus na
cidade. Não se trata exclusivamente de haver mais usuários do sistema de
transporte público por conta da implantação de corredores de ônibus na capital,
mas sim de como a prefeitura adotou medidas que seccionaram linhas: o número de
viagens por consequência direta teria mesmo de ter sido elevado. Por isso
acabamos ficando tendenciosos a pensar que houve aumento no número de usuários.
A integração do Bilhete Único –
possibilitando que uma única pessoa tome várias conduções pegando uma única
passagem – e a redução da idade de idosos que têm direito a passe livre (agora de 65
para 60 anos de idade) são fatores que condicionam esse aumento de
viagens.
Compreendemos que houve
mudanças positivas com as novas faixas de ônibus, possibilitando que as viagens
passassem a ser mais rápidas. Porém, por conta da irresponsabilidade da
prefeitura acreditar que isso seria um grande sucesso, essas faixas mal
planejadas geraram outros problemas viários. O trânsito
de automóveis nas faixas restantes e o comércio ao longo dessas vias sofrem
junto. Falta inteligência da CET para acomodar esse novo sistema. Tudo isso
porque a prefeitura não deu a devida atenção a essa questão, sem também ter
ouvido a população dessas regiões.
Só que, enquanto não melhorar a
qualidade do serviço ampliando a oferta de viagens, o número de usuários será
sempre modesto. Prova disso é que desde o ano passado há usuários que reclamam
que com essa nova política de transporte precisam fazer ao menos uma baldeação
para chegarem aos seus destinos. E ainda por cima continuam sendo transportados
em “latas de sardinha”, num sistema que sofre com a profunda falta de qualidade.
Só a título de curiosidade, há mais de mil veículos com mais 10 anos de uso que
ainda estão nas ruas. Ou seja, há um claro sucateamento da frota.
Em mais uma atitude irresponsável de
Haddad para preservar Dilma com relação ao aumento da inflação, faz dois anos que segura o reajuste da tarifa. Com isso, o prefeito não cria alternativas de
arrecadação para custear o serviço de transporte da cidade. O resultado é que
ele continua a alimentar os tubarões das empresas do setor de transporte, prorrogando uma concessão contratual de 10 anos pelo segundo ano, em detrimento da qualidade, ônibus com prazo vencido de operação, redução da oferta
de viagens, entre outros problemas.
Agora fica uma dúvida no ar: Será que "Malddad" não fará o mesmo que Dilma já está fazendo com os reajustas da energia elétrica empurrados para o ano que vem, depois da eleição? Dessa forma, o prefeito estaria empurrando com a barriga o aumento do preço das passagens esperando 2015, pois sabemos que o PT quer evitar ao máximo desgastes na imagem do partido e da sua gestão em ano eleitoral. Mas esse tiro pode sair pela culatra.
Agora fica uma dúvida no ar: Será que "Malddad" não fará o mesmo que Dilma já está fazendo com os reajustas da energia elétrica empurrados para o ano que vem, depois da eleição? Dessa forma, o prefeito estaria empurrando com a barriga o aumento do preço das passagens esperando 2015, pois sabemos que o PT quer evitar ao máximo desgastes na imagem do partido e da sua gestão em ano eleitoral. Mas esse tiro pode sair pela culatra.
Não levem a mal. É o jeito
PT – fiel ao padrão Malddad - de governar!
Carlos Fernandes é presidente municipal do PPS de São Paulo e foi subprefeito da Lapa (2010/2011)
Carlos Fernandes é presidente municipal do PPS de São Paulo e foi subprefeito da Lapa (2010/2011)