terça-feira, 15 de abril de 2014

Cuidado com a propaganda enganosa do Haddad!

Artigo de Carlos Fernandes (PPS/SP)
É bom os munícipes de São Paulo começarem a ficar com uma pulga atrás da orelha toda vez em que for publicada uma matéria mostrando bons resultados das ações da prefeitura da cidade. Ocorre que há algumas propagandas enganosas que podem levar o paulistano a acreditar em fatos inverídicos. A bola da vez é a matéria do Estadão: “Cresce número de passageiros de ônibus no primeiro trimestre em SP”. O que na prática não é bem assim.

Segundo a reportagem, dados da prefeitura apontam crescimento de 2,7% do número de viagens de ônibus na cidade. Não se trata exclusivamente de haver mais usuários do sistema de transporte público por conta da implantação de corredores de ônibus na capital, mas sim de como a prefeitura adotou medidas que seccionaram linhas: o número de viagens por consequência direta teria mesmo de ter sido elevado. Por isso acabamos ficando tendenciosos a pensar que houve aumento no número de usuários.

A integração do Bilhete Único – possibilitando que uma única pessoa tome várias conduções pegando uma única passagem – e a redução da idade de idosos que têm direito a passe livre (agora de 65 para 60 anos de idade) são fatores que condicionam esse aumento de viagens.

Compreendemos que houve mudanças positivas com as novas faixas de ônibus, possibilitando que as viagens passassem a ser mais rápidas. Porém, por conta da irresponsabilidade da prefeitura acreditar que isso seria um grande sucesso, essas faixas mal planejadas geraram outros problemas viários. O trânsito de automóveis nas faixas restantes e o comércio ao longo dessas vias sofrem junto. Falta inteligência da CET para acomodar esse novo sistema. Tudo isso porque a prefeitura não deu a devida atenção a essa questão, sem também ter ouvido a população dessas regiões.

Só que, enquanto não melhorar a qualidade do serviço ampliando a oferta de viagens, o número de usuários será sempre modesto. Prova disso é que desde o ano passado há usuários que reclamam que com essa nova política de transporte precisam fazer ao menos uma baldeação para chegarem aos seus destinos. E ainda por cima continuam sendo transportados em “latas de sardinha”, num sistema que sofre com a profunda falta de qualidade. Só a título de curiosidade, há mais de mil veículos com mais 10 anos de uso que ainda estão nas ruas. Ou seja, há um claro sucateamento da frota.

Em mais uma atitude irresponsável de Haddad para preservar Dilma com relação ao aumento da inflação, faz dois anos que segura o reajuste da tarifa. Com isso, o prefeito não cria alternativas de arrecadação para custear o serviço de transporte da cidade. O resultado é que ele continua a alimentar os tubarões das empresas do setor de transporte, prorrogando uma concessão contratual de 10 anos pelo segundo ano, em detrimento da qualidade, ônibus com prazo vencido de operação, redução da oferta de viagens, entre outros problemas.

Agora fica uma dúvida no ar: Será que "Malddad" não fará o mesmo que Dilma já está fazendo com os reajustas da energia elétrica empurrados para o ano que vem, depois da eleição? Dessa forma, o prefeito estaria empurrando com a barriga o aumento do preço das passagens esperando 2015, pois sabemos que o PT quer evitar ao máximo desgastes na imagem do partido e da sua gestão em ano eleitoral. Mas esse tiro pode sair pela culatra.

Não levem a mal. É o jeito PT – fiel ao padrão Malddad - de governar!

Carlos Fernandes é presidente municipal do PPS de São Paulo e foi subprefeito da Lapa (2010/2011)