terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

Roberto Freire quer que PPS resgate ´esquerda democrática´


Agência Estado

Encerrado seu quinto mandato como deputado federal, o presidente nacional do PPS, Roberto Freire, que agora é suplente do senador Jarbas Vasconcellos (PMDB-PE), pretende iniciar um movimento de resgate do que chama de "esquerda democrática" do País e ambiciona transformar sua legenda em um espaço de discussão e atuação para os descontentes de outros partidos.

Para o ex-deputado, a crise do sistema político do País é violenta e ainda não aponta para uma saída, que poderá ser encontrada, justamente, na união de políticos com tradição na esquerda reformista do Brasil. Segundo ele, dentre estas "cabeças", estariam o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB-SP), o próprio senador Jarbas Vasconcellos e até descontentes do PT.

"Não estou chamando ninguém para vir ao PPS, mas não é possível que a esquerda democrática não apresente uma alternativa ao que está aí. O que queremos é ser um instrumento para esse debate e quem sabe até uma opção pra os descontentes", disse Freire, após conceder palestra sobre a esquerda brasileira, na Fundação Mário Covas, em São Paulo.

O presidente do PPS não descarta, inclusive, a formação de um novo partido decorrente de uma reafirmação do pensamento da esquerda democrática do País. No fim de 2006, notícias relativas à formação de um novo partido encabeçado pelo governador de São Paulo, José Serra (PSDB-SP), chegaram a circular na imprensa nacional. Mas o próprio governador paulista descartou, na ocasião, essa perspectiva.

Serra é, aliás, segundo Freire, o principal nome com capacidade para realizar uma reforma na política nacional que tenha na mudança do programa econômico do País seu principal pilar. "O Serra, sem dúvida, pode ser uma alternativa, principalmente no que diz respeito à economia", defende.

Para o presidente do PPS, seria do PSDB o papel de líder dessa esquerda democrática, mas a incapacidade de união demonstrada pelo partido levanta dúvidas sobre o papel que ele pode ter numa oposição que pretende ser ideológica e programática. "Mas a paralisia do PSDB não é a nossa. O maior exemplo de que a esquerda democrática está viva foi o lançamento da terceira via para à presidência da Câmara. Foi uma demonstração de que estamos ativos", disse.