Freire defende reforma e diálogo
contra desmoralização da política
"A reforma política se impõe diante desta crise dos partidos e da desmoralização da política e dos políticos", afirmou o presidente nacional do PPS, Roberto Freire, nesta segunda-feira (12/2), durante palestra na Fundação Mário Covas, com o tema "Um projeto para o país sob o olhar da esquerda democrática". Em seguida, Freire participou de um almoço com jornalistas no restaurante da BM&F - Bolsa de Mercadorias & Futuros, no centro de São Paulo.
Roberto Freire fez um histórico da política nacional desde a redemocratização e um balanço dos erros e acertos do PPS e dos demais partidos considerados de esquerda. Disse que o país vive "o fim de um ciclo econômico e de falência total deste modelo de instituições político-partidárias", e aproveitou a oportunidade para divulgar a Conferência Nacional do PPS que, a partir de março, abrirá para a sociedade um debate sobre o que é ser uma esquerda moderna, suas características e seu projeto transformador de Brasil.
Para o presidente do PPS, o fundamental para o país é retomar o crescimento, deixar de "distribuir miséria" e voltar a ter políticas de distribuição de renda, justiça social e correção das desiguldades.
"O dramático é o Brasil não ter crescido nestes quatro anos de Governo Lula, que era um paradigma da tentativa de mudança, enquanto o mundo todo cresceu em ritmo acelerado", opina Freire. "Agora, vir falar em PAC (Programa de Aceleração de Crescimento) é uma brincadeira, uma irrelevância, porque se trata simplesmente do ajuntamento das boas intenções de programas já existentes, que não alteram em nada a essência da condução da economia."
Freire também criticou duramente os defensores da tese de convocação de um plebiscito que possibilitaria ao presidente Lula disputar nova reeleição. "Exemplos da história, como Hitler e Mussolini, já demonstraram para qual finalidade pode ser usado um plebiscito sem o rigoroso controle da democracia."