quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Ei, Haddad vai destruir a Paulista e tudo bem?

Alô, Ministério Público! Alô, Câmara Municipal! Atenção, cidadãos paulistanos!

Antes de iniciar as obras para implantação das ciclovias no canteiro central da Avenida Paulista e debaixo do Elevado Costa e Silva (Minhocão), que podem causar danos irreparáveis à cidade sem que tenha havido um diálogo mínimo com a população, e promovendo intervenções absolutamente carentes de planejamento e de critérios transparentes, o prefeito Fernando Haddad deveria responder algumas questões:

1) Diante de todos os problemas da cidade de São Paulo, com inúmeras obras necessárias mas não iniciadas ou paralisadas pela alegada falta de recursos, é prioridade gastar dinheiro com essas ciclovias na Paulista e debaixo do Minhocão (ele próprio com destino incerto)?

2) Diversos especialistas afirmam que, por suas características, essas vias não são ideais para os ciclistas, recomendando vias paralelas e outras rotas alternativas, fugindo deste tráfego intenso de veículos (automóveis, ônibus, motos, táxis, ambulâncias) e pedestres. Então, por que iniciar essas obras a toque de caixa? Quais estudos técnicos dão aval a esses projetos? Ou seria uma decisão meramente política, apenas para dar visibilidade à gestão?

3) Ao apresentar o projeto da ciclovia na Avenida Paulista, a Prefeitura cometeu erros primários, como por exemplo no cálculo do tamanho do canteiro central em vários trechos, e consequentemente na largura das vias. Conclusão: haverá estreitamento exagerado das faixas de rolamento, o que certamente vai aumentar o risco para todos que trafegam por ali. Compensa expor a população ao perigo para executar esse projeto tão contestável?

4) Além de estreitar as pistas e acabar com o verde no canteiro central da Paulista, em
alguns pontos serão instaladas até mesmo grades separando a ciclovia dos automóveis. Se não bastasse o crime ambiental, arquitetônico e urbanístico num dos principais cartões postais da cidade, vai ainda aumentar o número de acidentes com veículos, pedestres e principalmente motos. A Prefeitura responderá pelas consequências desta irresponsabilidade?

5) Em várias das demais ciclovias e ciclofaixas implantadas sem critério e sem planejamento por essa gestão, foram necessárias alterações após a constatação de erros técnicos e transtornos à população. Se em vias periféricas, onde foi simplesmente pintado de vermelho o asfalto, já houve tanto prejuízo ao cotidiano paulistano, o que dizer dessas obras muito mais complexas em dois corredores vitais de trânsito na região central de São Paulo, onde os danos serão irreversíveis?

Enfim, cinco perguntinhas básicas para as quais o cidadão paulistano merece ter uma resposta da Prefeitura. Não dá mais para tolerar que, de quatro em quatro anos, uma nova gestão atue ao bel prazer na administração municipal, inventando soluções mágicas e jogando no lixo dinheiro público e tudo aquilo que foi realizado por seus antecessores, só para tentar mostrar algum serviço.

Para não restarem dúvidas: somos a favor dos ciclistas, mas também do restante da população não-ciclista. E aí não são apenas motoristas, mas usuários de transporte coletivo, pedestres, idosos, deficientes físicos. Basta ver que dois dos maiores idealistas e entusiastas das ciclovias e da mobilidade urbana (Soninha Francine e Ricardo Young) estão no PPS. Mas não basta espalhar as ciclovias sem critérios, sem diálogo e sem planejamento pela cidade. Precisamos de um Plano de Mobilidade, junto do Plano Diretor da Cidade. Não de gambiarras e de puxadinhos.

São demagógicas as ações do prefeito Haddad (quando não, irresponsáveis), principalmente nessas questões do transporte público (tarifa de ônibus, contrato do sistema, corredores, ciclovias), do meio ambiente (implantação de parques, inspeção veicular), da habitação (invasões de áreas por movimentos pró-moradia, aumento do IPTU e ITBI) e na relação mal resolvida com a Câmara Municipal e com a sociedade organizada.

A Prefeitura atende demandas pontuais de algumas entidades (MTST, cicloativistas, empresas de ônibus, UNE, Nossa São Paulo), para "ficar bem na fita", como se diz popularmente, e despreza os interesses legítimos da maioria da população, que segue dispersa e resignada diante das ações abusivas deste (des)governo petista.

Resta à oposição a tarefa de alertar a população, cobrar o poder público, protestar nas ruas e recorrer à imprensa, ao Ministério Público e à Justiça contra os desmandos da gestão "ruinddad". É o que estamos fazendo. Quem mais nos acompanha até 2016, quando finalmente daremos um basta ao PT em São Paulo?

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