Se estivermos certos em nossas análises sobre a atual conjuntura política, o eleitor vai buscar na eleição presidencial de 2014 a melhor proposta para aprimorar aquilo que a maioria dos brasileiros considera um "bom governo" (estão aí os números do Ibope para confirmar), "apesar" do PT.
Como assim? Parece contraditório, mas é isso mesmo: o brasileiro avalia positivamente a presidência de Dilma Roussef, assim como aprovou por ampla maioria as duas administrações de Lula (daí eleger seus "postes" na esteira do marketing, da máquina vitaminada e da realidade maquiada). Porém, não é o PT que está bem avaliado. O partido é mero acessório, um apêndice burocrático exigido pela legislação.
Como assim? Parece contraditório, mas é isso mesmo: o brasileiro avalia positivamente a presidência de Dilma Roussef, assim como aprovou por ampla maioria as duas administrações de Lula (daí eleger seus "postes" na esteira do marketing, da máquina vitaminada e da realidade maquiada). Porém, não é o PT que está bem avaliado. O partido é mero acessório, um apêndice burocrático exigido pela legislação.
O PT, com seus mensaleiros e aliados que causam indignação e constrangimento (Collor, Sarney, Maluf, Renan, Feliciano), não está imune à descrença geral da população na política e nos partidos. O brasileiro quer manter as conquistas de Lula e Dilma, mas demanda um upgrade político, uma espécie de PT 2.0: e aqui despontam Marina Silva e Eduardo Campos como alternativas concretas para o assalto lulodilmista à máquina pública.
Não é por acaso que tanto Marina quanto Eduardo despontem com alguma chance sendo oriundos da própria base de Lula e Dilma, e não da oposição. O Brasil comprou a versão dos governos que estão pondo fim à miséria, mantém a inflação sob certo controle, um índice satisfatório de emprego, além de se deixar levar pela espetacularização de conquistas como a Copa e as Olimpíadas no país. A maioria aprova e quer a continuidade desse modelo, por isso o insucesso e a fragilidade dos partidos de oposição.
Porém, são suficientes os sinais de desgaste do PT (vide os resultados das eleições de 2010 e 2012) e da busca por uma solução que fuja da tradicional polarização entre petistas e tucanos, que parece só interessar a ambos no revezamento do poder, sem nenhuma transformação substancial (ao contrário).
Ao que tudo indica, começa uma forte tendência de se construir o Brasil "pós-PT", com a manutenção de conquistas importantes dos governos Lula e Dilma (algumas, registre-se, iniciadas por Itamar e FHC), mas com o aprimoramento da gestão, a modernização do Estado, amplas reformas estruturais e novos avanços econômicos e sociais.
No processo evolutivo da política, é este período "pós-PT" que parece já ter se iniciado. O teste definitivo se dará nas eleições de 2014, 2016 e 2018. Estejamos preparados, pois.
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