sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Dou-lhe uma, dou-lhe duas, dou-lhe três... Vendido!

Tá na hora do leilão, meu bem
Dou-lhe uma, dou-lhe duas, dou-lhe três!
(Tá na hora do leilão
Dou-lhe uma, dou-lhe duas, dou-lhe três!)

Iaiá não teve "cautela", caiu no laço outra vez
(Iaiá não teve "cautela", caiu no laço outra vez)


A música de Carmem Miranda vem a calhar neste momento singular da política brasileira e, mais especificamente, paulistana. Afinal, no último dia do prazo de mudanças partidárias - a um ano da eleição municipal de 7 de outubro de 2012 - vários partidos estão dando lances para "comprar" vereadores disponíveis no mercado.

O clima de leilão foi acirrado pela criação do novo PSD kassabista, que iniciou um troca-troca generalizado de legendas, ao ponto de esvaziar o DEM e o PSDB, e de simplesmente extinguir a representação do PMDB e do PSC - ambos ficaram sem nenhum vereador na Câmara. Todos tentam "reagir" nas últimas horas.

Com isso, os caciques partidários aderem ao modus operandi dos leilões, sem nenhuma cerimônia. Quem dá mais?

Um vereador recebeu ontem propostas de nada menos que quatro partidos: 1) PSD, por meio do presidente da Câmara, Police Neto, e de Antonio Carlos Malufe, secretário de Relações Governamentais de Kassab; 2) PMDB, do pré-canditado Chalita e do deputado Jorge Caruso, filho do conselheiro do Tribunal de Contas do Município, Antonio Carlos Caruso; 3) DEM, do vereador Milton Leite, pai do deputado federal Alexandre Leite e do estadual Milton Leite Filho; 4) PR, do ex-presidente da Câmara Antonio Carlos Rodrigues e do vereador Aurélio Miguel.

Prometeram o paraíso. Vamos ver como isso vai acabar. Até meia-noite dá tempo. Outros lances certamente virão.