O nome do presidente da Câmara paulistana foi citado nas investigações de um esquema de fraudes no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), desmontado durante a operação Santa Teresa, da Polícia Federal.
É mais uma denúncia gravíssima envolvendo a Câmara Municipal que, segundo pesquisa do Ibope realizada para o "Movimento Nossa São Paulo", é a instituição que desperta menos confiança nos cidadãos paulistanos.
Segundo reportagem do jornal "O Estado de S.Paulo" desta segunda-feira, interceptações telefônicas da Polícia Federal demonstram a participação de fiscais da Prefeitura, policiais civis e assessores políticos da Câmara Municipal, que envolvem o nome do vereador Antonio Carlos Rodrigues em manobras que teriam permitido ao esquema manter aberto o prostíbulo.
As negociações, de acordo com a reportagem, ocorreram em março e abril. Fabiano Alonso, genro e homem de confiança de Rodrigues, teria dito ao lobista da organização criminosa, o coronel reformado da Polícia Militar Wilson Consani Júnior, que o presidente da Câmara o ajudaria.
Para entender o caso
Segundo reportagem publicada no jornal "O Estado de S. Paulo", gravações da Polícia Federal teriam flagrado a ação de uma rede de tráfico de influência e corrupção que manteve aberto um prostíbulo de luxo de São Paulo, apontado como o principal elo da organização criminosa que mandava prostitutas para o exterior e lavava dinheiro desviado do BNDES.
Com a participação de fiscais da Prefeitura de São Paulo, policiais civis e assessores políticos da Câmara Municipal, que envolveriam o próprio presidente da Casa, vereador Antonio Carlos Rodrigues (PR), foi mantido aberto o prostíbulo, apesar de falta de alvará e irregularidades na construção do prédio que ocupava na Rua Peixoto Gomide, no bairro de Cerqueira César, na região central.
Durante as negociações, de acordo com a reportagem, um homem de confiança de Rodrigues disse ao lobista da organização criminosa que o presidente da Câmara iria "ajudar", afirmando inclusive que o vereador teria tratado do problema com o prefeito Gilberto Kassab (DEM) nos dias 8 e 9 de abril.
O vereador nega ter despachado sobre o assunto com o prefeito. A assessoria de Kassab apresentou a agenda oficial nos dias 8 e 9 de abril. Nela não há despacho com o presidente da Câmara.
Um dos acusados de integrar a quadrilha disse ao proprietário do prédio que abrigava o prostíbulo que o "problema (com a Prefeitura) estava resolvido", mas que ia "ter um custo de campanha aí, mas arredondou até o final do ano".
Para a Polícia Federal, o diálogo se refere a pagamento de propina.
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